sábado, 24 de novembro de 2012

CORONEL FABRICIANO - Padrinho Natinho - BENEDITO FRANCO

 
CORONEL FABRICIANO - Padrinho Natinho - BENEDITO FRANCO
 
Padrinho Natinho morava no final do morro da Rua Seca, em frente à casa da Tia Etelvina e Tio Antonio – casa com uma enorme varanda, tipo de fazenda.
Aí iniciava a estrada para o Melo Vianna, um pouco antes da fazenda do Sô Ari de Barros – onde hoje há o trevo e uma concessionária de carros começava a reta até o Melo Vianna – a atual Avenida Magalhães Pinto.
 
Passava alguns dias das férias na casa de meu padrinho Natinho e de sua senhora, Dona Ritinha. Ficavam eufóricos com minha presença. Eu dormia no quartinho em frente ao deles e todo dia levantava cedo para ir à missa. Dona Ritinha possuía uma voz poderosa – nas missas diárias, e outras cerimônias, nos cânticos e ladainhas ouvia-se sua voz grossa e potente – uma Maria Alcina, se na época TV houvesse – daria uma ótima e potente cantora de ópera.
 
A rua era chamada de Rua Seca por ter muito barro e poças d’água; terminava em um enorme morro, para mim criança, e em seu final localizava a casa do padrinho Natinho. Possuía um grande terreno, com inúmeras nascentes d’água.
 
Plantava uma enorme horta e muita banana nanica e outras frutas, sem agrotóxicos – inexistiam! Banana nanica, a caturra, tem esse nome devido ao seu pé ser nanico, pequeno.
 
Dona Ritinha mandava vender, de porta em porta, em balaios de taquara, as frutas e verduras - bananas, e a maioria das frutas, vendidas a dúzia ou pencas. Ainda me lembro dela aguando os canteiros, jogando água com uma cuia.
 
Quando eu passava uns dias por lá, eu comia muita banana – até falava para mamãe a quantidade e, de vez em quando, mamãe se lembrava e fazia hora comigo. Sem filhos – a não ser uma adotada : a Nilda – criada como filha natural e com todo carinho. A Nilda tinha uma deficiência numa das pernas e em um dos braços – dizia-se que era filha do Sô Domingos e que sua mãe falecera quando ela nasceu.
 
 
 
 
 

 

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