sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O PINGUIM E A FIGUEIRA - Conto original da autora portuguesa Dulce Rodrigues

 
O PINGUIM E A FIGUEIRA - Conto original da autora portuguesa Dulce Rodrigues
 
Quando eu ainda era jovem, costumava passar as férias de Verão em casa do meu tio Ernesto que morava nessa altura perto da Figueira da Foz, numa linda casa perto da praia e rodeada por um pinhal.
 
Pois bem, o meu tio tinha um cão, o Pinguim, e é a propósito dele que vos vou falar.
 
O Pinguim era um cão magnífico, um setter irlandês, muito meigo e disciplinado que, contudo, tinha um grande defeito! Era guloso! Adorava... Bom, daqui a bocado já vão saber!
 Mas, para descobrir este ponto fraco do seu cão, foi preciso que o meu tio desvendasse primeiro... um certo mistério... Como se costuma dizer «um mal nunca vem só», e neste caso um mistério também não vinha sozinho!
 
O tio Ernesto gostava muito de fruta, sobretudo de figos. Tinha, pois, plantado uma figueira precisamente em frente da janela do seu quarto. A figueira tinha-se tornado enorme, e ele podia assim ver os figos logo que estes começassem a estar bons para comer.
 Ficou, por isso, muito contente quando um dia viu os primeiros figos maduros. Disse lá para consigo, «amanhã vou apanhá-los».
Para seu grande espanto, contudo, os figos que ele tinha visto na árvore, no dia anterior, já lá não estavam no dia seguinte.
Pensou então que a tia os tinha apanhado e comido, e não se incomodou mais com o assunto.
 
Alguns dias mais tarde, reparou que havia de novo bonitos figos maduros e logo prometeu a si mesmo ir colhê-los no dia seguinte.
E eis que no dia seguinte, os figos tinham desaparecido!
 
 
 
 
 

 
 

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