sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fomos jogar à Falfosa - Texto de João Brito de Sousa - Falfosa 4 / Os Braciais 2

 
Fomos jogar à Falfosa - Texto de João Brito de Sousa - Falfosa 4 / Os Braciais 2
 
Quando eu tinha dezassete anos, jogava futebol no GRUPO DESORTIVO «OS BRACIAIS» a interior esquerdo. O meu estilo de jogar à bola, era do tipo do Manuel José que jogou nos juniores do Benfica e em muitos outros clubes, Farense inclusive e hoje é treinador de futebol no Egipto.

Digo que era o meu estilo de jogo porque era lento como foi o Manuel José, capaz de meter a bola a rasgar a quarenta metros mas um jogador muito lento.. Eu dominava bem a bola mas precisava de tempo para fazer as coisas. Por vezes, durante o jogo, não tocava na bola, aparecia-me pela frente o meu marcador de serviço, dava-me tanta porrada que não me deixava jogar.

Foi o que aconteceu nesse jogo da Falfosa. Quem andava por ali ao pé de mim era o Filipe da Mamalhuda que não sabia jogar um corno, mas cacetada era com ele. A bola vinha e o Filipe atirava-se para cima de mim com tudo o que tinha e o que não tinha e não tocava na borracha. Mas ainda fiz o primeiro golo com um chapéu ao guarda redes, com um chuto com o pé esquerdo à saída do nosso meio campo.

O nosso Victor Mestre, entregou-me a bola à entrada do meio campo adversário e eu, ao recebê-la protegi-a com o pé esquerdo. O Carlos Bornhonhas, um caceteiro do catano, veio à queima e correu ao meu lado mas não me desarmou. Eu, que tinha a bola dominada, arrancava rápido e depois abrandava, numa tentativa de ganhar uma fresta para rematar à baliza. E às tantas lá consegui ver um buraco e rematei de pé esquerdo e a bola fez uma curva e entrou na gaveta.
 
O melhor jogador do FALFOSA era o Zé Maria, um rapaz lá da terra e muito bom homem. Mas o resto eram caceteiros como a porra. O Filipe e o Bornhonhas, pata que os pôs, aquilo era ripada de criar bicho.
 
 
 
 

 
 

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