Conto de Ilona Bastos - A girafa e a formiga
Era uma vez uma girafa. Curiosa e petulante, interessava-se por tudo o que se passava à sua volta, desde o voo das aves até ao cantar dos grilos e ao correr azafamado das formigas.
Certo dia, encontrando-se a Girafa à beira do lago, a beber água, aproximou-se, veloz, uma formiga.
- Deixem-me passar, deixem-me passar! - gritou a formiga, ofegante, debaixo de pesada carga. - Levo mantimentos para o formigueiro.
- Ora, tanta pressa para quê? - perguntou a Girafa. - Só porque és pequenina e ligeira julgas-te importante? Pensas que podes ultrapassar tudo e todos?!
A formiga, aflita, sem parar, prosseguia o seu caminho, tentando rodear a Girafa. E nada respondeu. Foi a Girafa quem continuou:
- Mas também eu posso ser tão pequenina e ligeira como tu, ora essa!
Perante esta afirmação, a formiga não conseguiu conter uma gargalhada. Olhou para o focinho da Girafa, lá muito em cima, no alto de um compridíssimo pescoço assente sobre umas longuíssimas patas, e ripostou:
- Ora aqui está uma boa anedota: uma Girafa do tamanho de uma formiga!
E ria-se tanto, o pequeno insecto, que até se lhe desequilibrou a mercadoria. Mas a Girafa é que não achou piada à brincadeira.
- Já vais ver! Já vais ver! - gritou ela, furiosa.
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