O meu encontro com a Mi...Crónica de Daniel Teixeira
Foi em Nova York recentemente e numa das muitas vezes em que me desloco lá para tratar dos meus negócios. Vestia o meu fatinho à Wall Street, levava uma gravata lavrada com raminhos e sapatos de uma marca italiana que não vou aqui dizer qual é para evitar estar a fazer publicidade.
Ia de pastinha, todo feito para chegar à Bolsa antes do toque da sineta porque acho que se leva multa se se chegar atrasado e apressava-me para atravessar uma passadeira no meio de uma aglomeração de cerca de duas centenas de pessoas todas à espera do sinal verde quando ouço um grito, ou um gritinho, para ser delicado, que me pareceu ser assim: «Oi pá, espera aí!»
Se não fosse uma voz feminina é provável que eu nem ligasse, não ia interromper o cálculo da passada para atravessar a zebra e estava já concentrado havia alguns segundos para avançar o já semi suspendido pé direito assim que o verdinho aparecesse. Tinha eu, assim, as pernas em alerta amarelo e dependentes apenas daquela fracção de segundo que leva a mudar a cor do sinal que até já começara a piscar o vermelho final do lado de lá.
De esclarecer que atravessar uma rua em Nova York requer muita concentração e sobretudo é preciso não ter hesitações porque pode ser a morte do artista, isto dito em sentido figurado, é claro, porque em Nova York não se morre atropelado. Bem, regressando ao gritinho do «ói pá» olhei para trás e perdi o sinal, é claro, porque quem vinha na minha direcção acenando-me era nada mais nada menos que a Mi...
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