sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O doutor dos passarinhos - Conto de Daniel Teixeira

 
O doutor dos passarinhos - Conto de Daniel Teixeira
 
Ser médico (doutor) é uma profissão desejável quando se é criança. Talvez a maior parte dos inquiridos crianças queira ser médico quando for grande, isto a avaliar pelas respostas que se vêm normalmente quando se questionam crianças na televisão.
 
«O que é que queres ser quando fores grande!?» - Médico, ou médica, dependendo do género, mas o médico que eles idealizam (e ainda bem) é aquele médico que cura, aquele médico que repara convenientemente o ser humano, que mete o organismo todo na ordem, que imaginariamente na inocência infantil faz andar quem está entrevado, que salva as pessoas, ou seja, o médico milagreiro, o Sousa Martins das nossas inocências.
 
Ser um médico daqueles que não resolvem nada, que não têm contacto directo com as pessoas, que não fazem operações complicadas, que receitam comprimidos e nem sequer auscultam as pessoas, daqueles que atendem mal o pessoal de tão fartos estarem das frustrações das suas vidas , esses médicos não têm porta franqueada na imaginação infantil embora alguns já tenham por vezes alguma experiência negativa com a medicina sobretudo em vacinas (com enfermeiras) ou na extirpação de algum objecto estranho numa ferida em qualquer parte do corpo.
 
O acto médico, na imaginação das crianças, não dói, pois, é entusiasmante e até é engraçado quando o clínico deixa ouvir o aumentado pelo estetoscópio, deixa mexer no martelinho dos reflexos condicionados ou no esfignomanómetro. Benditas sejam as crianças por pensarem assim porque não admitem o aspecto falhado do médico, a impotência destes em face de certas situações, a necessidade de dar notícias tristes e por vezes de ter de viver com elas.
 
 
 
Leia este tema completo a partir de 19/11/2012
 
 
 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário