sábado, 3 de novembro de 2012

FARO, A MINHA CIDADE - Texto de João Manuel Brito Sousa - 7 DE SETEMBRO DE 1540/ dia da elevação da Vila de Faro a Cidade

 
FARO, A MINHA CIDADE - Texto de João Manuel Brito Sousa - 7 DE SETEMBRO DE 1540/ dia da elevação da Vila de Faro a Cidade
 
1539 foi um ano de esperanças para a vila de FARO, porque, de ROMA, chegou uma Bula pontifícia - documento expedido pela Santa Sé – que autorizava a transferência da Sé Episcopal do Algarve, situada em Silves para a cidade de Faro.
 
Na época, o acontecimento foi de grande relevância, agradando mais a uns do que a outros.
Como era esperado, as «Forças Vivas» de Silves e da região levantaram-se em peso e durante trinta e oito anos, fizeram oposição, que foi desde fazer chegar intrigas ao Rei, um processo muito usado por essa alturas, até ao «cortejo» das mulheres afectas aos cónegos, que foi passar agressivamente por debaixo das janelas do Bispo.
 
Todavia, nenhum destes acontecimentos e provavelmente outras formas de oposição existentes e praticadas, impediram que o Rei D. João III, decretasse, suportado, pelo conteúdo da Bula, em 7 de Setembro de 1540, a elevação da Vila de FARO a Cidade, pelas palavras que vão a seguir:
 
«por esta presente Carta me praz fazer e com efeito faço desta Vila Cidade e quero e mando que daqui em diante se chame Cidade e como tal goze de todas as honras, graças, mercês, privilégios, liberdades e franquezas que são dadas e outorgadas pelos Reis Meus antecessores e por mim, às Cidades dos meus Reynos, dos quais em todo é minha mercê que use e goze inteiramente sem impedimento algum.»
 
A Cidade aí está, então, enquanto ela aqui, está também, assegurada por decisão Régia. Porque, ela não é só o aglomerado de casas, monumentos, ruas e largos, que a compõem. Também é, e principalmente, o conjunto dos seus habitantes («o mundo são o Homens» - dizia Manuel Fernandes.), não só os actuais, desde os que a dirigem aos que trabalham nas mais humildes profissões, mas todos os passados, desde aquele cujos bustos contemplamos nas nossas praças e cujos nomes lemos nas placas das nossas ruas até aos «soldados desconhecidos» que dormem no pó dos nossos cemitérios, mas que, em certo momento, fizeram pare da vida citadina.
 
 
 

 
 

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