domingo, 4 de novembro de 2012

Poesia de Albertino Galvão - Procuro um lugar; Numa aldeia portuguesa

 
Poesia de Albertino Galvão - Procuro um lugar; Numa aldeia portuguesa
 
 
 
 Procuro um lugar



Vivo à procura de um lugar secreto
 sem muros, nem grades
nem cercas a demarcar...
 onde possa passear meus medos...
 espalhar segredos...
 chorar promessas que não cumpri
 e esconder o cofre mágico dos sonhos
 que tive... mas não os vivi!

 Procuro um lugar livre e correto
 onde possa falar, gritar e cantar
 o teu nome, com vigor...
 deitar-me em ti e acordar em ti
 minha amada, meu amor,
 sem horas a comandar nossas vidas...
 sem normas a limitar o desejo...

 
Numa aldeia portuguesa

 à janela dormitava a avó Maria
 na sacada o gato negro preguiçava
 no canteiro a rosa branca despontava
 despertada pelo sol do meio-dia

 
As comadres regressavam da capela
 as crianças passavam por mim correndo
 a Rosinha com seu cão preso p’la trela
 ia triste pois d’amor anda sofrendo

 
 Tio Toino segue o jumento mancando
 duma perna que esfolou lá no silvado
 e na encosta as ovelhas vão pastando
 com o pastor dormitando relaxado

 
 Num banquinho ordenhando a mansa vaca
 Miquelina mostra a coxa avantajada
 e o Pataias, penteado farto em laca
«gala» a moça mesmo sendo ela casada

 
 
 Leia este tema completo a partir de 5/11/2012
 
 
 

 
 

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