domingo, 11 de novembro de 2012

«A língua portuguesa é património dos portugueses e de mais ninguém»? - Texto de Gossiante Patissa

 
«A língua portuguesa é património dos portugueses e de mais ninguém»? - Texto de Gossiante Patissa
 
 O «maldito» acordo de unificação do português, entenda-se entre as variantes brasileira e portuguesa, abre uma fase de debates, trazendo cá fora, tanto críticas recheadas de razão, como também alguns dos mais infelizes argumentos.
 
O canal televisivo português «Sic», no seu espaço «Opinião Pública», na quinta-feira, 21/12 de 2007, promoveu um fórum com a presença em estúdio de uma ilustre professora de língua portuguesa, contando ainda com a participação de cidadãos de Portugal, Angola e Brasil, entre professores, tradutores e não só. Ficamos, nós os outros, a saber que neste acordo só Brasil, Portugal e Cabo-Verde foram tidos os achados, «porque o resto virá por arrasto».
 
Conservadora e efusiva nos seus argumentos, a pedagoga convidada considerou o acordo de unificação como sendo uma questão de «lobby» político do Brasil, que se «arroga» (termo nosso) do simples facto de ter uma população maior.
 
Mesmo porque a língua não é estática, o que pressupõe dizer que os brasileiros, que impõe tal unificação, estão sujeitos a dinâmica evolutiva da língua e o neologismo continuará a ocorrer. Ou seja, quantos acordos de unificação mais serão necessários?
 
«Uma questão de facilitismo», considerou a professora que já garantiu não aderir a tal unificação, evocando ainda que a língua portuguesa tem uma origem, o latim, e uma história a respeitar.
 
Ou seja, que o «h» mudo, o «c» (de acção) embora não se pronunciem, têm a utilidade de, não só evitar eventuais confusões com palavras semelhantes, como também ajudarem na entoação. Pelo que, os apologistas deste acordo para o qual nenhum exercício de auscultação pública foi experimentado, «estão a profanar as origens» da língua (variante) portuguesa.
 
 
 
 
 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário