domingo, 4 de novembro de 2012

Puxar à corda - Por Daniel Teixeira

 
Puxar à corda - Por Daniel Teixeira 
 
Quando ainda muito jovem, talvez com os meus catorze ou quinze anos eu e mais alguns amigos tínhamos por hábito ficar por vezes a dormir ao relento na Praia de Faro.
 
De noite o frio era muito, sobretudo naquele período que faz a transição entre a noite e o dia em termos de temperatura, ou seja, quando o calor acumulado durante o dia esgota os seus retardados efeitos estufados no mar e o calor da manhã ainda não começou a ter possibilidades de fazer o seu efeito, até porque o dia ainda não nasceu e a aurora boreal apenas desponta lá para trás do arrendondado do horizonte.
 
Isso, esse período tem lugar por volta das cinco ou seis da manhã e nessa altura, durante esse período, o melhor mesmo é andar ou fazer qualquer coisa que nos faça sentir menos aquela sensação gelada. Normalmente e por comodidade de movimentação nossa não se levava de casa senão a roupa fresca que se tinha vestida no dia a dia, mais os calções de banho e uma toalha.
 
Durante o dia e para regressar a casa não era preciso mais que aquela roupa e por vezes a decisão de ficar a noite na Praia tinha lugar por impulso comum. Um sugeria, outro assentia e ficava formado o grupo talvez com, cinco, seis amigos e não mais.
 
Mochilas eram ainda «animal» raro e andar acarretando sacos não era propriamente muito estético, segundo os parâmetros da época. As miúdas provavelmente não teriam nada contra, mas nós achávamos que sim, que isso nos reduzia as hipóteses que ficavam normalmente nesse mesmo campo das hipóteses mesmo sem andar de sacos nas mãos.
 
Havia uma possibilidade, que se utilizava por vezes noutras circunstâncias que era um vestiário pago onde se podiam deixar as eventuais tralhas, mas esse vestiário tinha um horário normal, fechava às sete ou oito da tarde e nessa altura ainda era dia e ainda havia muita praia para fazer. Portanto não servia para uma noitada.
 
Leia este tema completo a partir de 5/11/2012
 
 
 

 
 

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