Utensílios de escrita e os tempos... - Texto de Lina Vedes
Dois ou três meses antes de entrar na escola, pela 1ª vez, durante o Verão e para «desemburrar», a mãe pôs-me numa «Escola paga». Essa escola ficava numa ruela de acesso ao «Alto da Caganita», Praça Silva Porto.
Para ir à escola, saía de casa na rua Baleizão, passava pela frente da drogaria do Teles Rodrigues, virava à esquerda, subia a rua Ferreira Neto e a do Alportel, passava em frente aos Correios antigos seguindo à direita do Poço de S. Pedro. Atravessava a R. Cruz das Mestras e virava logo a seguir à tasca do «Carrusca» (hoje restaurante Tasca). A rua de acesso a essa escola está ocupada por um edifício com um restaurante.
Todo o percurso era feito, na ida e volta, carregada com uma cadeira baixa para me sentar e uma pedra de ardósia debaixo do braço. Essa pedra tinha moldura de madeira com um orifício. Dele saía um fio que terminava com um trapo amarrado.
Chegada à escola, rezava em coro com os colegas:
-«Jesus Divino Mestre dirigi a minha vontade, purificai o meu coração para que eu seja um cristão fiel a Deus e um cidadão útil à Pátria».
Sentada com a pedra no colo, sacava do lápis de pedra e fazia «as» e «os». Enchia-a com «argolas» mal desenhadas e desajeitadas, sem domínio na mão.
O lápis era preto, estreito, duro, sem ponta afiada, partia-se com facilidade e para escrever na ardósia era necessária alguma força, que eu duplicava.
Depois de encher de gatafunhos a pedra, vinha a parte mais divertida. Tinha de cuspir para ela, o mais que podia, e esfregá-la com o trapo para apagar o que lá se encontrava. Muitas vezes perdia esse trapo e então limpava tudo ao lenço de assoar ou à combinação.
A minha actividade escolar era intensa. Escrevia o mais que podia, de qualquer maneira, para poder cuspir, apagar e escrever de novo.
Nessa escola pouco aprendi e não me lembro de nenhum adulto à minha volta. Lembro-me de muitas colegas sentadas nas suas cadeiras, atarefadas, a competirem comigo no trabalho de escrita.
Para ir à escola, saía de casa na rua Baleizão, passava pela frente da drogaria do Teles Rodrigues, virava à esquerda, subia a rua Ferreira Neto e a do Alportel, passava em frente aos Correios antigos seguindo à direita do Poço de S. Pedro. Atravessava a R. Cruz das Mestras e virava logo a seguir à tasca do «Carrusca» (hoje restaurante Tasca). A rua de acesso a essa escola está ocupada por um edifício com um restaurante.
Todo o percurso era feito, na ida e volta, carregada com uma cadeira baixa para me sentar e uma pedra de ardósia debaixo do braço. Essa pedra tinha moldura de madeira com um orifício. Dele saía um fio que terminava com um trapo amarrado.
Chegada à escola, rezava em coro com os colegas:
-«Jesus Divino Mestre dirigi a minha vontade, purificai o meu coração para que eu seja um cristão fiel a Deus e um cidadão útil à Pátria».
Sentada com a pedra no colo, sacava do lápis de pedra e fazia «as» e «os». Enchia-a com «argolas» mal desenhadas e desajeitadas, sem domínio na mão.
O lápis era preto, estreito, duro, sem ponta afiada, partia-se com facilidade e para escrever na ardósia era necessária alguma força, que eu duplicava.
Depois de encher de gatafunhos a pedra, vinha a parte mais divertida. Tinha de cuspir para ela, o mais que podia, e esfregá-la com o trapo para apagar o que lá se encontrava. Muitas vezes perdia esse trapo e então limpava tudo ao lenço de assoar ou à combinação.
A minha actividade escolar era intensa. Escrevia o mais que podia, de qualquer maneira, para poder cuspir, apagar e escrever de novo.
Nessa escola pouco aprendi e não me lembro de nenhum adulto à minha volta. Lembro-me de muitas colegas sentadas nas suas cadeiras, atarefadas, a competirem comigo no trabalho de escrita.
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