domingo, 14 de outubro de 2012

23 de Abril de 1515 – O Ataque dos Portugueses a Marraquexe - Texto de Fernando Pessanha

 
23 de Abril de 1515 – O Ataque dos Portugueses a Marraquexe - Texto de Fernando Pessanha
 
O dia 23 de Abril de 2012 assinala os 497 anos de uma acção militar tão arrojada quanto desconhecida pela generalidade dos portugueses: o ataque luso à cidade de Marraquexe!
Com efeito, em 1514, depois de os portugueses terem conquistado Azamor, vencido a Batalha dos Alcaides, e feito tributários as tribos mouras daquela região, o reino de Marraquexe tremeu e solicitou a vassalagem a Portugal através de carta enviada a D. Manuel.
 
O monarca português não tardou a passar o salvo-conduto e a enviar Fernão Dias para negociar as condições de vassalagem. Não sabemos, contudo, o resultado destas negociações nem se realmente chegaram a existir.
 
A verdade é que em Abril de 1515, os capitães das praças de Azamor, D. Pedro de Sousa, e de Mazagão, Martim Afonso de Melo, uniram forças com o capitão de Safim, Nuno Fernandes de Ataíde e, juntamente com os mouros de pazes, atacaram Marraquexe.
 
Juntaram quase 3000 cavaleiros e alguns peões, e a 21 de Abril marcharam pelas planícies da Duquela em direcção à antiga capital dos almorávidas e dos almóadas.
 
No dia 23 de Abril de 1515, depois de passarem o rio Tencift, os portugueses avistaram o minarete da imponente mesquita da Coutobia. O comandante desta ofensiva militar, Nuno Fernandes de Ataíde (membro da fidalguia que se estabeleceu no Algarve no decurso da Expansão Portuguesa para o Norte de Africa e um dos mais brilhantes capitães de toda a história da presença portuguesa nos Algarves Dalém Mar), passou o seu guião ao genro, D. Afonso de Faro, e a bandeira a Alvaro de Ataíde.
 
Ora, apesar de decaída do seu antigo esplendor, Marraquexe era uma cidade extremamente populosa e enorme. As suas muralhas tinham 12 quilómetros de perímetro, 5 metros de altura e 2 de espessura!
 
Ao verem a cidade cercada, os mouros saíram das muralhas que protegiam Marraquexe para lutar em terreno aberto. O combate que se seguiu foi de tal modo violento que Nuno Fernandes de Ataíde, apercebendo-se da desproporção numérica entre as forças em confronto, deu ordem de retirada receando um grande desastre.
 
 
 
 

 
 

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