Daniel Camacho - Poesia - Externa Pandora; Homenagem; Palco
Externa Pandora
O teu reflexo
ficou lá fora,
irrequieto
a olhar para o espelho
cheio de escamas
que se inflamam e protestam,
derretem a cegueira irresponsável
num espectro inaparente, inimaginável.
ficou lá fora,
irrequieto
a olhar para o espelho
cheio de escamas
que se inflamam e protestam,
derretem a cegueira irresponsável
num espectro inaparente, inimaginável.
O teu olhar
vi-o de fora,
estendeste-me o sinal
vermelho e as bandeiras
violentas de uma recusa,
com um fingido sorriso inocente.
vi-o de fora,
estendeste-me o sinal
vermelho e as bandeiras
violentas de uma recusa,
com um fingido sorriso inocente.
Homenagem
Eu sei que a vida continua, mas tudo à minha volta parece ter parado...
...sinto-me vazio por dentro, sinto-me nu.
Esta é a minha sentida homenagem à minha querida avó, esteja onde estiver, espero sinceramente que esteja bem, que tenha encontrado a calma, o descanso que nunca a perseguiu:
Noémia Clementina de Lemos
23 de Junho de 1915 - 29 de Outubro de 2002
23 de Junho de 1915 - 29 de Outubro de 2002
Um último sopro solta-se
e parte sem norte,
em direcção a um novo desafio,
uma maré fugidia,
e parte sem norte,
em direcção a um novo desafio,
uma maré fugidia,
Palco
Aplausos
assaltam o palco
que mentalmente calco
por vezes descalço,
sem pontas desfiadas
nos nós de incertezas
que me tocam
e acercam o íntimo
recanto da alma,
que não sendo minha,
não é de ninguém.
Esfumam-se as figuras
cheias de pó, no vaivém
das marés que cobrem
ausências cobardes,
dependentes das palmas
que mentalmente calco
por vezes descalço,
sem pontas desfiadas
nos nós de incertezas
que me tocam
e acercam o íntimo
recanto da alma,
que não sendo minha,
não é de ninguém.
Esfumam-se as figuras
cheias de pó, no vaivém
das marés que cobrem
ausências cobardes,
dependentes das palmas
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