Poesia de Albertino Galvão - A velha Rosinda; Canção às mãos
A velha Rosinda
Quando me falta inspiração recorro ao meu baú como é o caso! Este ainda escrito em Angola 1974
Quando me falta inspiração recorro ao meu baú como é o caso! Este ainda escrito em Angola 1974
Na velha picada que a chuva esventrara
a velha Rosinda jazia estendida.
A quinda de verga que há tempos comprara
mostrava vestígios de bala perdida
a velha Rosinda jazia estendida.
A quinda de verga que há tempos comprara
mostrava vestígios de bala perdida
Rosinda já tinha bué anos de idade
mas tinha nas pernas a força do mato
fazia quitanda na grande cidade
e em vida jamais usara sapato
mas tinha nas pernas a força do mato
fazia quitanda na grande cidade
e em vida jamais usara sapato
Canção às mãos
As tuas mãos são um mapa
onde procuro o meu norte
a cada dedo uma etapa
a cada traço uma sorte
As tuas mãos são um mapa
onde procuro o meu norte
a cada dedo uma etapa
a cada traço uma sorte
às tuas mãos eu confio
as minhas mãos calejadas
quando se enrugam de frio
ou pela forja queimadas
as minhas mãos calejadas
quando se enrugam de frio
ou pela forja queimadas
São mãos que acalmam a dor
quando febril as procuro
mãos que transmitem amor
quando me afagam no escuro
quando febril as procuro
mãos que transmitem amor
quando me afagam no escuro
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