A Implantação da República em Portugal - Uma efeméride para recordar e... reflectir - Por Dulce Rodrigues
O feriado do 5 de Outubro assinala a implantação da República em Portugal. De um modo geral, todo o Português sabe isso, mas nunca é demais recordar como se passaram os acontecimentos, para que os erros do passado sirvam de lição para o futuro.
Há já algum tempo que o descontentamento lavrava no país, fruto da crise moral e financeira do regime monárquico. A crise não era recente, mas agravara-se notavelmente depois do ultimato lançado a Portugal pelo Reino Unido, a 11 de Janeiro de 1890, exigindo a retirada imediata das forças militares portuguesas dos territórios situados entre Angola e Moçambique.
O feriado do 5 de Outubro assinala a implantação da República em Portugal. De um modo geral, todo o Português sabe isso, mas nunca é demais recordar como se passaram os acontecimentos, para que os erros do passado sirvam de lição para o futuro.
Há já algum tempo que o descontentamento lavrava no país, fruto da crise moral e financeira do regime monárquico. A crise não era recente, mas agravara-se notavelmente depois do ultimato lançado a Portugal pelo Reino Unido, a 11 de Janeiro de 1890, exigindo a retirada imediata das forças militares portuguesas dos territórios situados entre Angola e Moçambique.
Como era de esperar, a «costumada» capitulação do Governo português perante as exigências estrangeiras foi mal vista pela opinião pública. O Partido Republicano aproveitou a situação e, a 31 de Janeiro do ano seguinte, eclodiu no Porto uma revolta republicana, revolta essa rapidamente subjugada pelo Governo.
O ultimato inglês coincidia, além disso, com uma época de grande crise económica e social: o custo de vida era cada vez mais elevado; a taxa de analfabetismo rondava os 75% *; a dívida externa crescia assustadoramente, acompanhada por défices orçamentais permanentes, o que desprestigiava os sucessivos governos e os mergulhava num círculo vicioso de imposto - empréstimo; os escândalos financeiros eram constantes.
O ultimato inglês coincidia, além disso, com uma época de grande crise económica e social: o custo de vida era cada vez mais elevado; a taxa de analfabetismo rondava os 75% *; a dívida externa crescia assustadoramente, acompanhada por défices orçamentais permanentes, o que desprestigiava os sucessivos governos e os mergulhava num círculo vicioso de imposto - empréstimo; os escândalos financeiros eram constantes.
O descrédito da realeza era total, sobretudo depois de se terem descoberto os adiantamentos de dinheiro feitos à família real pelos sucessivos governos monárquicos, em completa contradição com o legalmente estabelecido. Como se não fosse suficiente toda esta situação, os dirigentes políticos viviam mergulhados em constantes desentendimentos e querelas, pois as suas vaidades e ambições pessoais passavam à frente dos interesses do país. Como disse Raul Brandão nas suas «Memórias»: (...) é o momento em que todos à uma querem ser chefes!
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