Lendas Urbanas - Recolhidas no Centro de Estudos Ataíde de Oliveira - A lenda do fantasma que pede boleia (versão 2)- A menina de Vale Paraíso - Lenda Urbana da cidade de Faro
Nota prévia de Daniel Teixeira: Lendas urbanas, de uma forma geral, resultam dos medos que a cidade (a urbe) pela sua composição geográfica e pelas gentes que nelas vivem constroem. Embora a credibilidade sobre a sua realidade seja legítima, o interesse maior, a meu ver, está no facto de elas serem recordadas e repetidas, por vezes com variantes referindo outros locais do acontecido ou outros detalhes enriquecedores.
Na sua grande parte são lendas «de medo» o que não deixa de ser curioso, ou seja, não deixa de ser curioso que aquilo que fica na memória e é repetido sejam lendas de terror. Há outro tipo de lendas (de milagres por exemplo) que não têm este tipo de conteúdo mas que de qualquer forma trazem sempre consigo o fantástico e o sobrenatural também numa tentativa desejada de fusão com o real.
Ou seja, e sumariamente, a história tem de ser pelo menos minimamente credível, coerente no seu conteúdo e não deixar soltas senão as pontas que deixam margem para interpretações dentro da mesma sintonia. Mais breve ainda, são histórias que admitem a sua variação mas apenas no plano terminológico mantendo intacta a sua estrutura base.
A lenda do fantasma que pede boleia (versão 2)
APL 2076
Cheguei a ouvir contar, que a rapariga estava na KADOC, e que alguém passava por ela e que lhe tocava e sentia-a gelada. E então por simpatia, ou por querer meter conversa, chegavam-lhe a oferecer o blusão, e ela ao princípio dizia que não queria aceitar mas depois acabava por aceitar que lhe emprestassem o blusão, e dava a morada dela para irem buscar o blusão a casa.
Cheguei a ouvir contar, que a rapariga estava na KADOC, e que alguém passava por ela e que lhe tocava e sentia-a gelada. E então por simpatia, ou por querer meter conversa, chegavam-lhe a oferecer o blusão, e ela ao princípio dizia que não queria aceitar mas depois acabava por aceitar que lhe emprestassem o blusão, e dava a morada dela para irem buscar o blusão a casa.
No dia a seguir, o rapaz chegava a ir lá à porta, batia à casa dela, batia à porta, e atendia a mãe e ele dizia que tinha estado com a filha da senhora na noite anterior e que lhe tinha emprestado o blusão, e que vinha para vir buscar o blusão, ao que a mãe respondia que a filha tinha morrido há um ano, há dois, há três conforme o tempo que tivesse passado, e que não tinha blusão nenhum.
Chegava-lhe a ir mostrar o quarto com as coisitas todas conforme ela tinha deixado, e acabavam por ir ao cemitério e o blusão estava em cima da campa no cemitério em Quarteira.
Fonte AA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) Faro, n/a,
Fonte AA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) Faro, n/a,
Ano2006
Local Almansil, Loulé, Faro
Local Almansil, Loulé, Faro
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