domingo, 21 de outubro de 2012

Uma história Gorjonense (VIII) - «Trêz Quadras Dedicadas ao Crime dos Gorjões de Santa Bárbara de Nexe»

 
Uma história Gorjonense (VIII) - «Trêz Quadras Dedicadas ao Crime dos Gorjões de Santa Bárbara de Nexe»
 
«Trêz Quadras Dedicadas ao Crime dos Gorjões de Santa Bárbara de Nexe» relatam uma tragédia de amor e ciúmes acontecida por volta do início dos anos trinta do século passado.
 
O Tio Cascalheira e a Sanita do José Reis, padeiro, hoje, ambos com oitenta e oito anos, lembram-se de ouvir falar deste caso tinham cerca de dez anos na altura, confirmam os nomes de família envolvidas e o local do crime, uma casa aqui no Alto, conhecida e ainda existente, em ruínas.
 
As quadras sugerem uma trilogia de actos trágicos sucessivos, encadeados numa situação de causa efeito, iniciados por um acto de loucura por ciúme incontrolável, depois determinados por justiça divina reclamada pela amiga Augusta, à maneira da tragédia grega como a Oresteia.
 
Os próprios títulos das quadras, dedicados: 1.ª à desventurada, 2.ª à despedida d'uma amiga íntima, 3.ª à morte do assassino, ilustram claramente a ligação dos assuntos tratados em cada canto (cada quadra), em íntima e perfeita unidade com o tema geral: O crime dos Gorjões.
 
Quadra 1.ª: à desventurada.
 
Canta o carácter malvado que matou a esposa sem ter nenhumas razões e as consequentes imprecações e maldições que a amiga Augusta augura e atira ao assassino, fera desastrada.
 
José Barriga, vindo da Argentina enamorou-se de uma rapariga orfã de dezassete anos que vivia com uns tios e, foi um encanto de namorado. Também dela ninguém tinha que dizer e ele cumpriu todos os preceitos de pedido da mão da namorada aos tios e ao juiz, indicando ser educado acima do uso local e um homem de boas intenções.
 
Mostrou ser um verdadeiro cavalheiro, dado que a tradição mais funda era o namorado roubar a moça de casa dela, «fugir» com ela, levá-la para casa dos pais, e viver «ajuntados», isto é, juntos o resto da vida.
 
E o Barriga levou o seu jovem amor ao casamento. Mas o resto da vida deste casal apaixonado foi curta e trágica. Logo nesse dia lindo de virgindade vestida, depois do altar e da festa, o recém marido bateu-lhe sem ter dó nem arrependimento.
 
 
 
 

 

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