Como se flutuasse - Conto de Emerson Wiskow
As coisas andavam devagar. Eu estava acendendo o primeiro cigarro da manhã quando alguém bateu na porta. Simplesmente gritei: — Entre!
A porta abriu-se lentamente e então ela surgiu como se viesse diretamente de um sonho. Um sonho dourado.
Estava metida num vestido justo que mostravam todas suas curvas. Os cabelos presos caprichosamente atrás da cabeça eram negros e tinham um brilho que eu não havia visto até aquele momento. Os quadris dançavam elegantemente e com um sorriso discreto e malicioso ela entrou.
O relógio marcava pontualmente oito horas. Minhas manhãs não costumavam começar assim. Então fingi que vivia andando com mulheres tão ou mais belas que ela. Que a cada minuto uma delas batia à minha porta implorando para sair comigo. Olhei para seus pés para me certificar que ela andava, parecia flutuar como se nada fosse digno o suficiente para ela colocar os pés.
- O senhor é o Detetive Wilson?
- Sim… E a senhorita se chama…?
- Helena. Maria Helena.
- Sente-se, por favor.
- Sim… E a senhorita se chama…?
- Helena. Maria Helena.
- Sente-se, por favor.
Ela sentou.
- Preciso de você!
- Humm.
- Tenho tido problemas há algum tempo. Acho que estou sendo seguida.
- Não é de estranhar.
- Como?
- Humm.
- Tenho tido problemas há algum tempo. Acho que estou sendo seguida.
- Não é de estranhar.
- Como?
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