domingo, 14 de outubro de 2012

Fundação Logosófica – Em Prol da Superação Humana - São Paulo - O descontentamento - Carlos Bernardo González Pecotche – RAUMSOL

 
Fundação Logosófica – Em Prol da Superação Humana - São Paulo - O descontentamento - Carlos Bernardo González Pecotche – RAUMSOL

O conhecimento logosófico dirige-se à própria vida do ser, à sua natureza e a tudo que forma o conjunto do que lhe é próprio, ou seja, de sua exclusiva posse. A luz que ilumina o espírito, mas é necessário que essa luz penetre na mente sem a oposição dos preconceitos, que impedem toda iluminação. Quem oferecer um mesquinho lugar nela para recebê-lo não poderá pretender que sua luz o ilumine, mas quem a abra para que se encha de claridade não demorará muito a desfrutar seus benefícios.
Como se explica o fato de que, anelando o homem viver, por descuido ou por ignorância vá matando gradualmente essa vida?
 
Um inimigo, que costuma penetrar dentro dele sem ser visto, é quem se encarrega de amargar-lhe a vida e de fazer com que ela se debilite, perca força e até sucumba, se não ocorrer a tempo uma reação. Esse inimigo se chama descontentamento. Neste estudo, propomo-nos pô-lo a descoberto, a fim de que quem tenha interesse nisso possa ajuizá-lo, sentenciá-lo e ainda lhe ditar a pena de morte.
 
Convém, para compreender melhor o que iremos expondo, que cada um realize um exame de si mesmo, do que é, do que pode ser, e investigue, além disso, a quem deve sua própria razão de ser.
Vejamos: o que é que cada um quer sem tê-lo pensado? Viver. Ninguém pode negá-lo. Todos, ainda que não pensem nisso, todos querem viver. Por quê? Por que o ser gosta tanto dessa vida que quer conservar? Porque sente, no mais íntimo de si, esse algo tão terno, tão grande, quando por um instante é consciente de que vive. Nesses momentos, não sente ele uma alegria indescritível? Não sente tristeza quando está doente e alegria quando recupera a saúde, a saúde que traz a vida, a vida que traz o motivo da existência neste mundo? Então, por que o descontentamento? Contra quem?
 
Contra si mesmo? Há motivo para tê-lo em relação aos demais?
 
Muitas vezes afirmamos nestas páginas que o conhecimento logosófico previne contra todos os riscos, os perigos, e contra todos os inimigos. Mostra-os aos olhos de cada um e ensina a eliminá-los, sendo isto já um grande passo para a felicidade e a paz. Ele é orientação clara para a vida e representa o encontro do ser consigo mesmo. Experimentar a realidade desse encontro e a grata sensação de perceber as forças do próprio existir age como incentivo poderoso da vontade, permitindo ver até onde se é hábil no exercício da própria inteligência. Portanto, no ser que recebe a luz do conhecimento e experimenta os benefícios que essa luz lhe proporciona, o descontentamento não pode permanecer.
 
Quando a confirmação de verdades que ele acreditou impossíveis e inexistentes faz com que viva momentos felizes e lhe permite encontrar dentro de si virtudes, condições, qualidades; quando sente em si o despertar de sentimentos novos e percebe a força de uma vida antes desconhecida, devido à falta de consciência dessa nova forma de existir que exalta seu ser em seus melhores valores e virtudes e o faz vibrar acima de tudo o que é comum, não pode haver nele descontentamento. Os dias de triunfo, de alegria, de felicidade e de paz vividos já serão mais do que suficientes para acalmar suas inquietudes e ajudá-lo a suportar qualquer contrariedade. Por isso, pode-se muito bem dizer que o conhecimento dá vida; essa vida que cada um subtrai de si pelo descontentamento, que, quando se manifesta, não faz nem deixa fazer.
 
Mas voltemos ao ser que, sem recurso ou defesa alguma, é dominado pelo descontentamento e mergulha em lamentável incompreensão. Em tal situação, parece que um negro fantasma o envolve, privando-o de ver, ouvir e sentir o belo, o agradável e o justo. Sofre e, ao mesmo tempo, é insofrível; e como todos os seres humanos buscam por natureza a alegria, a paz, a felicidade, o bom humor, quando o descontentamento aparece em algum deles, de imediato preferem se afastar, fugindo de sua presença.
 
 
 
 
 

 
 

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