Poesia de Abílio Pacheco - Inteligência Artificial; A demanda do Pássaro Azul; Luzes da Cidade; Elegia da Noite
Inteligência Artificial
(ou Pinóquio pós-moderno)
Minha fada cor de céu,
Por mil pares de anos
Repito-te o mesmo pedido:
Faze comigo o que fizeste
com o filho de Gepeto.
Mas, acima de nossas cabeças
Por mil pares de anos
Repito-te o mesmo pedido:
Faze comigo o que fizeste
com o filho de Gepeto.
Mas, acima de nossas cabeças
A demanda do Pássaro Azul
Pela floresta de grutas e rochedos,
noite a dentro, vida a fora, ambas inteiras,
comigo meus cães, meus gatos, meus medos e desejos
e do candeeiro, a luz, em corpo esguio de mulher.
Onde o pássaro azul?
No cemitério? No vale? Nalgum arvoredo?
A coruja sábia... silente.
Os mortos sonsos... sabentes.
O pássaro em canto algum da floresta,
noite a dentro, vida a fora, ambas inteiras,
comigo meus cães, meus gatos, meus medos e desejos
e do candeeiro, a luz, em corpo esguio de mulher.
Onde o pássaro azul?
No cemitério? No vale? Nalgum arvoredo?
A coruja sábia... silente.
Os mortos sonsos... sabentes.
O pássaro em canto algum da floresta,
Luzes da Cidade
A Charles Chaplin
Deambulo em trapos pelas ruas...
E vejo você, serena e cega, alva e bela,
com uma cesta plena de flores claras.
Súbito amo-te! como uma criança a outra.
Deambulo em trapos pelas ruas...
E vejo você, serena e cega, alva e bela,
com uma cesta plena de flores claras.
Súbito amo-te! como uma criança a outra.
Elegia da Noite
Entre penumbras e sombras
sobras e restos de cores
de luzes ausentes...
abertas asas de ave em
secreto luar de estrelas
: vives!
Entre orvalhos de aurora
sobras e restos de cores
de luzes ausentes...
abertas asas de ave em
secreto luar de estrelas
: vives!
Entre orvalhos de aurora
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