quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Poesia de Abílio Pacheco - Inteligência Artificial; A demanda do Pássaro Azul; Luzes da Cidade; Elegia da Noite

 
Poesia de Abílio Pacheco - Inteligência Artificial; A demanda do Pássaro Azul; Luzes da Cidade; Elegia da Noite
 
 Inteligência Artificial
 (ou Pinóquio pós-moderno)
 
Minha fada cor de céu,
 Por mil pares de anos
 Repito-te o mesmo pedido:
 Faze comigo o que fizeste
 com o filho de Gepeto.
 Mas, acima de nossas cabeças
 
A demanda do Pássaro Azul
 
 Pela floresta de grutas e rochedos,
 noite a dentro, vida a fora, ambas inteiras,
 comigo meus cães, meus gatos, meus medos e desejos
 e do candeeiro, a luz, em corpo esguio de mulher.
 Onde o pássaro azul?
 No cemitério? No vale? Nalgum arvoredo?
 A coruja sábia... silente.
 Os mortos sonsos... sabentes.
 O pássaro em canto algum da floresta,
 
Luzes da Cidade
 
 A Charles Chaplin

Deambulo em trapos pelas ruas...
 E vejo você, serena e cega, alva e bela,
 com uma cesta plena de flores claras.
 Súbito amo-te! como uma criança a outra.
 
Elegia da Noite
 
Entre penumbras e sombras
 sobras e restos de cores
 de luzes ausentes...
 abertas asas de ave em
 secreto luar de estrelas
 : vives!
 Entre orvalhos de aurora
 
 
 

 

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