Jornal Raizonline nº 192 de 15 de Outubro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XIII) - Os repasses
A internet criou ou fomentou um fenómeno cuja origem se pode ir buscar à epistolografia: para quem não segue estas coisas e nesta altura em que a informação se caracteriza por ser excessiva isso é fácil acontecer, houve um período em que algumas cartas eram feitas por gente que sabia escrever ou que caía no goto de alguns leitores, e que faziam assim, segundo as informações, verdadeiras obras de arte literárias.
Eram lidas pelos seus destinatários - normalmente chamava-se de correspondência apenas devido à sua via de circulação - que por sua vez faziam o repasse da mesma a amigos e conhecidos: numa parte do meu despretensioso ensaio sobre Florbela Espanca existe um capítulo que trata desta questão da correspondência e da sua forma e do seu conteúdo com referência a Soror Mariana Alcoforado, que tem um dos mais famoso repasses pré-netísticos.
Pois bem, os repasses, não fosse a sua abundância e a sua repetição, seriam nos tempos de hoje uma excelente forma de comunicar não comunicando. Quando digo isto parto do princípio que as pessoas que fazem repasses não o façam mecanicamente e que demonstrem pelo menos algum acordo ou desacordo com o conteúdo repassado, comunicando assim através da aprovação ou da desaprovação, ainda que de forma quase sublime, com o potencial destinatário.
Eu recebo, como a maior parte dos portugueses, «toneladas» de repasses: não leio todos como é claro porque isso seria impossível mas de quando em vez debruço-me sobre alguns e no cômputo geral posso dividi-los em três grupos: os malandrões ou de malandrice que batem todos os recordes possíveis, os políticos que se aproximam perigosamente destes em termos numéricos e os repasses com os mais diversos concelhos e avisos.
A parte dos avisos, enfim, tem o seu interesse estatístico, para além daquele que possam ter dentro de si, porque na sua grande parte dão uma notícia de amigo - quem bem me avisa meu amigo é - sobre uma coisa que pode estar relacionado sobre ataques informáticos estendendo-se até aos problemas informados de dados medicamentos ou produtos.
A internet criou ou fomentou um fenómeno cuja origem se pode ir buscar à epistolografia: para quem não segue estas coisas e nesta altura em que a informação se caracteriza por ser excessiva isso é fácil acontecer, houve um período em que algumas cartas eram feitas por gente que sabia escrever ou que caía no goto de alguns leitores, e que faziam assim, segundo as informações, verdadeiras obras de arte literárias.
Eram lidas pelos seus destinatários - normalmente chamava-se de correspondência apenas devido à sua via de circulação - que por sua vez faziam o repasse da mesma a amigos e conhecidos: numa parte do meu despretensioso ensaio sobre Florbela Espanca existe um capítulo que trata desta questão da correspondência e da sua forma e do seu conteúdo com referência a Soror Mariana Alcoforado, que tem um dos mais famoso repasses pré-netísticos.
Pois bem, os repasses, não fosse a sua abundância e a sua repetição, seriam nos tempos de hoje uma excelente forma de comunicar não comunicando. Quando digo isto parto do princípio que as pessoas que fazem repasses não o façam mecanicamente e que demonstrem pelo menos algum acordo ou desacordo com o conteúdo repassado, comunicando assim através da aprovação ou da desaprovação, ainda que de forma quase sublime, com o potencial destinatário.
Eu recebo, como a maior parte dos portugueses, «toneladas» de repasses: não leio todos como é claro porque isso seria impossível mas de quando em vez debruço-me sobre alguns e no cômputo geral posso dividi-los em três grupos: os malandrões ou de malandrice que batem todos os recordes possíveis, os políticos que se aproximam perigosamente destes em termos numéricos e os repasses com os mais diversos concelhos e avisos.
A parte dos avisos, enfim, tem o seu interesse estatístico, para além daquele que possam ter dentro de si, porque na sua grande parte dão uma notícia de amigo - quem bem me avisa meu amigo é - sobre uma coisa que pode estar relacionado sobre ataques informáticos estendendo-se até aos problemas informados de dados medicamentos ou produtos.
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