quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Lendas Urbanas - LENDA DO MENINO DOS QUATRO OLHOS - Por Marizé (Maria José Fraqueza - Fuzeta)

 
Lendas Urbanas - LENDA DO MENINO DOS QUATRO OLHOS - Por Marizé (Maria José Fraqueza - Fuzeta)

Foi numa noite de invernia, em que no céu nem as estrelas aparecem, nem o Luar iluminava as ruas mais sombrias da povoação, nem a luz artificial dum candeeiro a azeite ou petróleo, com seu velho morrão mortiço, alumiava as portas das casas térreas da velha aldeia que o velho pescador Manel Chené saiu de sua casa para ir para o mar.

No relógio da torre batiam as doze badaladas. Subiu a pequena ladeira, de fóquim no braço e botas rangedêras, e já em cima do Cerro - local conhecido por Burguel - a uma encruzilhada, viu um menino de olhos  muito grandes e luminosos, completamente nú, que chorava sem cessar e tremia de frio.
 
Ali no coração do Burguel, junto à rua do Paiol - a parte mais elevada da Fuzeta, onde se situava o velho Fortim já desaparecido e o Paiol de pólvora da respectiva guarnição - um largo cheio de tradições - onde se situava a velha escola primária e onde as crianças brincavam ai bailhe-bailhe, ao jardim da Celeste, à Srª Viscondessa, à corda, ao eixo, ao pião, etc...

Ao ver o menino tiritar de frio, nada mais passou pela cabeça do humilde pescador, que não fosse aquela criança uma dessas crianças abandonadas como tantas outras... Era hábito naquele tempo «pôr as crianças na roda», isto porque a sociedade condenava as mães solteiras ou as relações secretas dos amantes, daí aparecerem algumas crianças às portas.

Com um sentimento de piedade, caridoso e ingénuo como era, agarrou na criança ao colo e agasalhou-o com a sua camisola de mar. Pensou que levar o Menino para casa
seria a melhor solução. Ia para o mar e para lá não ia levar o «inocente» .
 
 
 Leia este tema completo a partir de 15/10/2012
 
 
 

 

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