sexta-feira, 3 de maio de 2013

Quatro nomes que marcaram um século de jornalismo em Macau - Por João Botas - Publicado no Blogue Macau Antigo

 
Quatro nomes que marcaram um século de jornalismo em Macau - Por João Botas - Publicado no Blogue Macau Antigo
 
A história da imprensa em Macau remonta a 1822, com o aparecimento do primeiro jornal, «A Abelha da China». Desde essa data, o jornalismo praticou-se quase sem quebras, embora se tivessem registado períodos em que Macau, passou sem jornais e mesmo épocas, embora curtas, em que jornais foram mesmo dados à estampa escritos à mão.
 
No entanto o jornalismo verdadeiramente profissional é fenómeno muitíssimo mais recente, que surge quase explosivamente na primeira metade da década de 80 do século XX, com o aparecimento nas bancas de vários títulos diários, fenómeno que nunca anteriormente tinha acontecido. Antes disso, a maior parte dos títulos que a história regista eram quase todos semanários e o número de jornalistas que a eles se dedicavam a tempo inteiro muito diminuto.

O primeiro jornal diário a ser impresso com regularidade e longevidade foi «A Voz de Macau», jornal que seria calado à bomba pelos japoneses durante a Guerra do Pacífico (a «Voz de Macau» sofreu três atentados bombistas, de que não resultaram vítimas mas que causaram avultados estragos nas instalações e abalaram seriamente a saúde financeira da empresa).

Seguiu-se-lhe em 1945 o «Jornal de Notícias», que não era mais do que o sucedâneo do anterior «A Voz», com nome diferente.

O «Jornal de Notícias» manter-se-ia em publicação, até 1975, data em que obrigado ao pagamento de multas, por infracções à liberdade de imprensa e sujeito a pressões de vária ordem, acabaria por encerrar definitivamente. Depois disso manter-se-ia em publicação, a «Gazeta Macaense», como único diário, até à década de 80, data em que como se viu começaria a poder falar-se em jornalismo profissional em Macau. Essa nova situação resultou em parte do impacte em Macau, da revolução de 25 de Abril de 1974, que consigo trouxe novos conceitos atribuindo novos papéis à comunicação social e aos seus agentes.

Na estreita conjuntura histórica anterior, do jornalismo em Macau, é natural que jornais e jornalistas tenham desempenhado um papel, muito mais relevante na sociedade, do que se poderia supor. Caminhando isolados, o estatuto do editor e do próprio jornal eram, pode dizer-se em certa medida desmesurados.

Macau era, politicamente, uma cidade controlada pela figura do governador dotado praticamente de plenos poderes e socialmente pela Igreja católica.
 
 
 
 
 


 

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