Abre-te ó Campa Sagrada! - Texto e recolha de Daniel Teixeira. Autores referenciados.
Aqui há algum tempo deparei-me com a frase em título inserida num dado contexto, referida por grupos e pelo cante Alentejano. Contudo, se for verdade que a cultura «é aquilo que fica» sempre achei que já tinha visto esta expressão num outro contexto, bem diferente daquele que me aparecia no cante alentejano, só que não conseguia lembrar-me onde, embora tivesse como referência de base a cultura adquirida por via escolar.
Demorei a ter tempo para fazer este texto com alguma base substante (por exemplo um dos textos que virá referido à frente tem 685 páginas) e não contente com isto procurei (e ainda não encontrei) referências da literatura clássica, nomeadamente as tragédias gregas.
Claro que há uma «ligeira» e bem ligeira analogia com o milagre de Cristo a Lázaro (levanta-te e caminha) mas aqui e pela tradição oral não há milagre, pelo menos de forma directa. Ou seja, a «campa sagrada» não se abre...mas fica sempre alguma coisa que pode ser entendida como sendo uma solução humanamente possível e aceitável.
A campa sagrada tem duas vertentes oralizadas: uma, que parte de uma história de amor entre amantes e outra que tem por base uma história de amor de um filho por sua mãe. No primeiro caso são cerca de 250 versões, algumas com pequenas ou insignificantes alterações, que foram agrupadas por Almeida Garrett sob Pseudónimo em «Lyrica» de João Mínimo [pseud. de Almeida Garrett], que acrescenta, para além do título de «Romance de Bernal e Violante» a referência ao facto deste ser Imitado de uma cantiga popular antiquíssima e no mesmo estilo. O subtítulo é «Bernal Francês».
Assim, apanhei as primeiras quatro versões que estão contidas na Tese de Doutoramento abaixo identificada e procurei tirar as minhas ilações sob este aspecto «da campa sagrada» em território do amor entre casais. Faço resumo da parte que interessa, ou seja, aquela que contém a campa sagrada.
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