domingo, 19 de maio de 2013

Poesia de Ilona Bastos - MEU CANTO; COMO SOA O POEMA; O ESCREVER DA POESIA

 
Poesia de Ilona Bastos - MEU CANTO; COMO SOA O POEMA; O ESCREVER DA POESIA
 
 
 
MEU CANTO
 
 Só neste meu canto é que eu me encontro,
 E em nenhum outro mais que possa se inventar.
 Procurar-me, para quê, noutro lugar?

 
Só desta voz eu oiço a lhana fala,
 De um jeito longo, encadeado, quase prosa
 Que eu não sei calar, muito que tente.

 
COMO SOA O POEMA
 
 Não soa o poema ao criador.
 Irrompe do fundo de nenhures,
 Pensamento luminoso, súbito,
Na brancura do papel a derramar.

 
Não soa em alta voz a poesia.
 Pois é ideia ágil, forte e clara,
 é passo vivo ou mesmo galopante,
 Que o braço move e leva pelo ar.

 
 Não soa como som, já que é mais luz,
 Corrente descendente até à mão,
 Vaivém audaz do lápis no papel
 Furor intenso e débil a criar.

 
O ESCREVER DA POESIA
 
 Não sei se escrevo poesia
 Ou se a poesia me escreve.

 
é presunção, decerto, julgar-me criadora,
 Chamar poesia a estas palavras
 Que debito, desajeitadas e frouxas,
 Nas brancas páginas de um caderno.

 
 Maior presunção, ainda,
 Acreditar que meus actos desconexos,
 Pensamentos e gestos perplexos,
 Encerram em si a poesia, o motor
 Gerador do meu viver.

 
Leia este tema completo a partir de 20 de Maio carregando aqui.
 
 

 
 

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