Poesia de Pequenina - No zunir do vento...; Caminhante Errante; Já não sou mais eu
No zunir do vento...
Ouço-te; no zunir do vento
Movendo a areia, rompendo as vidraças
Esvoaçando as cortinas
Quebrando o silêncio do meu quarto
Me atiras para o alto…
Nada dizes, nada falas…
Mas mesmo que calado, eu ouço-te
No tremular das minhas mãos
No descompasso do meu coração
Na minha imaginação.
Que me vês; é um fato
Mesmo sendo tu, um retrato
Movendo a areia, rompendo as vidraças
Esvoaçando as cortinas
Quebrando o silêncio do meu quarto
Me atiras para o alto…
Nada dizes, nada falas…
Mas mesmo que calado, eu ouço-te
No tremular das minhas mãos
No descompasso do meu coração
Na minha imaginação.
Que me vês; é um fato
Mesmo sendo tu, um retrato
Caminhante Errante
Mãos rudes, embrutecidas
Pés descalços, nas calçadas da vida
Pernas rígidas e endurecidas…
Trôpegas, mal resolvidas
Passadas curtas…
Inflexíveis, constrangidas
Cansado e humilhado, vai
Um vulto que declina, mas não cai…
Caminhante errante…
Vindo de um remoto passado
Já bem distante
Nasceu, sofreu e morreu…
Morreu em vida…
Pés descalços, nas calçadas da vida
Pernas rígidas e endurecidas…
Trôpegas, mal resolvidas
Passadas curtas…
Inflexíveis, constrangidas
Cansado e humilhado, vai
Um vulto que declina, mas não cai…
Caminhante errante…
Vindo de um remoto passado
Já bem distante
Nasceu, sofreu e morreu…
Morreu em vida…
Já não sou mais eu
Já não sei onde ando
Se bem na terra ou no céu
No espaço, vivo ao léu
Contando as horas do tempo
Acampada por sobre as nuvens
Perdida no infinito
Não sou nada, sou o grito.
Se bem na terra ou no céu
No espaço, vivo ao léu
Contando as horas do tempo
Acampada por sobre as nuvens
Perdida no infinito
Não sou nada, sou o grito.
Trago a alma cravada
Carente e desamparada
Que aos poucos se declina
Sufocada pela neblina
Foi-se de mim, à menina
Já não mais me reconheço
À vida cobra o seu preço.
Carente e desamparada
Que aos poucos se declina
Sufocada pela neblina
Foi-se de mim, à menina
Já não mais me reconheço
À vida cobra o seu preço.
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