sexta-feira, 17 de maio de 2013

Poesia de Pequenina - No zunir do vento...; Caminhante Errante; Já não sou mais eu

 
Poesia de Pequenina - No zunir do vento...; Caminhante Errante; Já não sou mais eu
 
No zunir do vento...
 
 Ouço-te; no zunir do vento
 Movendo a areia, rompendo as vidraças
 Esvoaçando as cortinas
 Quebrando o silêncio do meu quarto
Me atiras para o alto…
Nada dizes, nada falas…
Mas mesmo que calado, eu ouço-te
 No tremular das minhas mãos
 No descompasso do meu coração
 Na minha imaginação.
 Que me vês; é um fato
 Mesmo sendo tu, um retrato
 
Caminhante Errante
 
 Mãos rudes, embrutecidas
 Pés descalços, nas calçadas da vida
 Pernas rígidas e endurecidas…
Trôpegas, mal resolvidas
 Passadas curtas…
Inflexíveis, constrangidas
 Cansado e humilhado, vai
 Um vulto que declina, mas não cai…
Caminhante errante…
Vindo de um remoto passado
 Já bem distante
 Nasceu, sofreu e morreu…
Morreu em vida…
 
Já não sou mais eu
 
 Já não sei onde ando
 Se bem na terra ou no céu
 No espaço, vivo ao léu
 Contando as horas do tempo
 Acampada por sobre as nuvens
 Perdida no infinito
 Não sou nada, sou o grito.
 
Trago a alma cravada
 Carente e desamparada
 Que aos poucos se declina
 Sufocada pela neblina
 Foi-se de mim, à menina
 Já não mais me reconheço
 À vida cobra o seu preço.
 
 
 
 

 

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