sábado, 4 de maio de 2013

O cinema e os adolescentes de hoje - Por Virgínia Teixeira

 
O cinema e os adolescentes de hoje - Por Virgínia Teixeira
 
Já há alguns anos que não sou adolescente, e por vezes tenho saudades dos tempos em que tudo era um caso de «vida ou de morte» e a nossa melhor amiga de Segunda-feira não era necessariamente a mesma de Sexta-feira. Mas mais ainda sinto saudades da emoção de me apaixonar, e a magia da adolescência que nos permite viver essa emoção vezes sem conta, com a mesma intensidade, a mesma certeza que «é amor a sério» embora quase nunca seja.

Passei a adolescência a ver comédias românticas e a suspirar com o grande Patrick Swayze no «Dirty dancing» e com o charme do Richard Gere no «Pretty Woman» e ao longo dos anos fui testemunha da evolução (nem sempre positiva) do cinema e da televisão.

Tenho ponderado muito sobre o cinema e a televisão, dois dos meus meios favoritos de relaxar e dar descanso à «máquina cerebral», e sinto-me realmente triste.
Comecei este texto a falar da minha adolescência, e há um motivo para isso (para lá do saudosismo para o qual sou propensa). Ontem estive a ver uma série televisiva e percebi que realmente esta nova moda de fazer tudo à moda do «Crepúsculo» para mim não dá.
 
Até tenho saudades da vaga de séries policiais da década passada, as repetições sem fim e os absurdos técnicos que só um «CSI Miami» consegue fazer. Agora quase todas as séries são focadas nos adolescentes, e não só a qualidade delas deixa a desejar, como as mensagens que passam não são as melhores.
Começou tudo com o «Crepúsculo», quanto a isso não tenho dúvidas, mas dei por mim ontem muito preocupada com a geração de adolescentes e o que lhes está a ser ensinado. Para começar temos a glorificação do amor proibido, perigoso, e onde a idade não importa (mesmo que sejam umas centenas de anos).
 
Parece-me um bom anúncio à pedofilia e pode incutir nos adolescentes esse prazer pelo risco e por relacionamentos «secretos». Pessoalmente, não me parece bom, mas há pior, e é isso que realmente me preocupa. Temos, no «Crepúsculo» e séries moldadas no estilo, rapazes/homens/vampiros/lobisomens/outros seres sobrenaturais a entrar no quarto das raparigas pela janela sem elas saberem.
 
 
 
 


 

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