domingo, 12 de maio de 2013

O gafanhoto Harold e o eterno Beatle. - Por Se Gyn

 
O gafanhoto Harold e o eterno Beatle. - Por Se Gyn 
 
Troca de óleo do carro. De repente, pousa sobre o capô do carro um gafanhoto, que parece bastante familiarizado com o mundo humano. Será Harold?
 
Está aqui no jornal que leio enquanto o moço da troca de óleo faz o seu trabalho silente e meticuloso: um gafanhoto entra no suit cor de rosa de Paul Macartney, durante o show do Serra Dourada. E Macca o agarrou com gentileza e, com muita presença de espírito e a fleugma característica, o nomeou «Harold», convidou-o a saudar a plateia e, enfim, o libertou para as ocupações habituais dos gafanhotos. E ele se foi, ao que consta, nem um pouco empertigado com a fama repentina.
 
Pois, é: os humanos brasileiros vivem em média, 73,1 anos. E alguém disse que nos tempos midiáticos, um humano poderia teria quinze minutos de fama. Não achei informação sobre o tempo de vida dos gafanhotos, mas convenhamos que, entre eles, Harold não é mais qualquer um, pois teve os seus 30 segundos de fama determinados pela maior das lendas vivas do Rock And Roll.
 
 Gafanhotos, diz o Google, nascem de ninhadas de 500 indivíduos e, uma vez despertos de vida, tem que cair no mundo, para cuidar de si. Mas, a coisa não é fácil e, por isso, usam a estratégia do deslocamento em nuvem, fazendo volume, barulho e movimento sincronizado para afastar os predadores, até chegar a um lugar onde possam se alimentar, cricrilar, se reproduzir e, enfim, descansar em paz. Inicialmente, o desafio é vencer os pássaros. E, já no chão, predadores arbóreos e terrestres, que incluem aves, camaleões e, outros répteis, animais e insetos.
 
Existe o destino, e o tímido e casual coadjuvante do astro do Rock é parecer ser a prova. Porque o pequeno inseto baixou no estádio Serra Dourada naquela noite mágica? Talvez o fato tenha ocorrido por causa de sua alma e corpo instrumentalizado de músico - como resistir aos acordes das músicas de tão notáveis melodias? Ou terá sido a cor do paletó rosa de Paul Macartney que se mostrou familiar e lugar de pouso seguro depois de um voo longo e cansativo, no meio daquela parafernália de luzes que lembravam uma mansa forma de raios noturnos.
 
 
 
 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário