Histórias de vida que são actuais... FAMILIA – a célula da sociedade - Conto Por Lina Vedes
- Diogo, ainda não me disseste o que queres que te dê pelos anos.
- Não quero nada, avó.
- Qual quê! Pensa depressa pois só faltam oito dias para fazeres 8 anos!
- Não quero nada, avó.
- Qual quê! Pensa depressa pois só faltam oito dias para fazeres 8 anos!
Diogo estava nessa manhã de sábado na casa da avó paterna, Deolinda, aguardando que o pai o fosse buscar. Já tinha tudo arrumado – livros e roupa.
O telemóvel toca.
Era o pai a dizer que ia almoçar a Olhão com a Eduarda e depois iam até Vila Real de Santo António passear e só regressariam ao anoitecer. Seria melhor almoçar e jantar com a avó. Tinham ido pôr a Tânia e a Carla na casa de uns amigos.
- Importas-te, Diogo? – Insistia o pai.
O telemóvel toca.
Era o pai a dizer que ia almoçar a Olhão com a Eduarda e depois iam até Vila Real de Santo António passear e só regressariam ao anoitecer. Seria melhor almoçar e jantar com a avó. Tinham ido pôr a Tânia e a Carla na casa de uns amigos.
- Importas-te, Diogo? – Insistia o pai.
Um encolher de ombros foi a resposta não vista nem ouvida no outro lado da linha.
- Até logo à noite e porta-te bem. Não maces a avó.
De imediato a avó quis a tradução de tudo o que havia sido combinado.
A avó Deolinda tinha perto de 65 anos e só tivera aquele filho – Jorge.
Educara-o com rigor procurando fazer dele um homem íntegro. Muito amor, muita compreensão e muita exigência no cumprimento das regras estabelecidas por ela. Era inflexível no perdão das falhas ou desobediências.
- Até logo à noite e porta-te bem. Não maces a avó.
De imediato a avó quis a tradução de tudo o que havia sido combinado.
A avó Deolinda tinha perto de 65 anos e só tivera aquele filho – Jorge.
Educara-o com rigor procurando fazer dele um homem íntegro. Muito amor, muita compreensão e muita exigência no cumprimento das regras estabelecidas por ela. Era inflexível no perdão das falhas ou desobediências.
O próprio marido era obrigado a andar «na linha». Em casa ela ordenava, pai e filho, obedeciam sem reclamar.
Quando carregava problemas profissionais, ao relatá-los ao marido, era sempre a heroína e constantemente repetia:
- A mim ninguém põe a pata em cima!
Quando carregava problemas profissionais, ao relatá-los ao marido, era sempre a heroína e constantemente repetia:
- A mim ninguém põe a pata em cima!
Jorge era pacifico e habituou-se a obedecer sem reclamar, aceitando o que lhe davam. Nada pedia.
Teve vários namoricos de liceu contrariados pela mãe que ambicionava para o seu filho único e bem-educado por ela, uma mulher exemplar.
Feito o décimo segundo ano Jorge entra na Escola Superior de Educação de Faro.
Num encontro de amigos surge a primeira grande paixão.
Teve vários namoricos de liceu contrariados pela mãe que ambicionava para o seu filho único e bem-educado por ela, uma mulher exemplar.
Feito o décimo segundo ano Jorge entra na Escola Superior de Educação de Faro.
Num encontro de amigos surge a primeira grande paixão.
A mãe desconfia, descobre, investiga e conclui:
- Não serve para ti, meu filho: é namoradeira, não estuda, não é responsável, nunca será boa esposa nem boa mãe.
Trava-se, entre mãe e filho, uma dura luta, a primeira depois de tantos anos de tranquilidade.
Joana aparece grávida.
- Não serve para ti, meu filho: é namoradeira, não estuda, não é responsável, nunca será boa esposa nem boa mãe.
Trava-se, entre mãe e filho, uma dura luta, a primeira depois de tantos anos de tranquilidade.
Joana aparece grávida.
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