6 Contos Sufís - Recolha de Irene Fernandes Abreu (Macau - China)
Mulla Nasrudin (Khawajah Nasr Al-Din) viveu no século XIV. Contou e escreveu histórias onde ele próprio era a personagem. São histórias que atravessaram fronteiras desde a sua época, enraizando-se em diversas culturas. Elas compõem-se num imenso conjunto que integra a chamada Tradição Sufi, ou o Sufismo, uma seita religiosa da antiga tradição persa, que se tem espalhado desde então pelo mundo.
CONSELHOS:
Nasrudin começou a construir uma casa. Os seus amigos, que tinham cada um, a sua própria casa, e todos eles eram carpinteiros e pedreiros, rodearam-no de conselhos. Mulla estava radiante! Um após outro, e às vezes todos juntos, disseram-lhe o que fazer.
Nasrudin seguia docilmente as instruções que cada um lhe dava. Quando a construção terminou, ela não se parecia em nada com uma casa.
- Que curioso! - disse Nasrudin - e contudo eu fiz exactamente aquilo que cada um de vocês me tinha dito para fazer…»
Nasrudin seguia docilmente as instruções que cada um lhe dava. Quando a construção terminou, ela não se parecia em nada com uma casa.
- Que curioso! - disse Nasrudin - e contudo eu fiz exactamente aquilo que cada um de vocês me tinha dito para fazer…»
PASSEIO DE BARCO:
Nasrudim às vezes levava as pessoas para viajar no seu barco. Um dia, um pedagogo exigente contratou-o para transportá-lo para o outro lado de um rio, muito largo. Assim que se lançaram à água, o sábio perguntou-lhe se faria mau tempo. –«Não me pergunte nada sobre isso» - disse Nasrudim.
- «Você nunca estudou gramática?» – «Não!» – «Nesse caso, metade da sua vida foi desperdiçada.»
O Mulla não disse nada. Porém, logo de seguida, desabou uma terrível tempestade. O pequeno e desorientado barco de Mulla, começou a encher-se de água. Ele inclinou-se para o companheiro e perguntou-lhe:
- «Alguma vez você aprendeu a nadar?» –« Não!» – respondeu o pedante
. – «Nesse caso, caro mestre, toda a sua vida foi desperdiçada, pois estamos a afundar-nos e eu, que nunca aprendi gramática, vou apenas salvar a minha pele.»
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