Poesia de Mário Matta e Silva - O SONHO DOS AMANTES; VIBRAR NOS AFECTOS
O SONHO DOS AMANTES
I
Abraçava-a, loura, bela, muito enlevada
Uns grandes olhos, tristes mas chispantes
Uma boca oferecida, refrescante, melada
Os ombros e as ancas ondulantes…
Uns grandes olhos, tristes mas chispantes
Uma boca oferecida, refrescante, melada
Os ombros e as ancas ondulantes…
Sonhava eu sugá-la a noite inteira
Assim delicadamente, à minha maneira!
Assim delicadamente, à minha maneira!
II
Vi-a envolta em espuma de um salgado mar
A lamber e a envolver meu corpo inteiro
Deixando-me espreguiçado num certo extasiar
Delirando enfiado num bom travesseiro…
A lamber e a envolver meu corpo inteiro
Deixando-me espreguiçado num certo extasiar
Delirando enfiado num bom travesseiro…
Sonhava eu apertá-la noite fora
Sem noção do tempo: calendário ou hora!
Sem noção do tempo: calendário ou hora!
VIBRAR NOS AFECTOS
São os dias pequenos
Para desmontar a ilusão
E os ângulos não são só rectos
Na geometria das noites
Na vibração dos afectos
Que exaltam o coração.
Tão longe vou em correria
Atrás da sorte de ter
Afectos para o envelhecer
Em cada instante que passa
Em cada dobrar do dia
Afugenta-se a desgraça.
Atrás da sorte de ter
Afectos para o envelhecer
Em cada instante que passa
Em cada dobrar do dia
Afugenta-se a desgraça.
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