As rabugices do Leão Marinho - Conto Infantil de Cremilde Vieira da Cruz
O Crepúsculo desceu, a Noite chegou, a Lua veio e disse:
- Boa noite! Trago-vos o Luar e meu sorriso aberto.
O Mar estava calmo e parecia um espelho. Havia cardumes de Peixes à tona de água, regalados a olhar a lua que, finalmente, aparecera.
Os Peixes estavam a ficar cansados de nos últimos dias passarem horas a olhar o Céu, à espera que as Nuvens se dissipassem. Naquele dia tiveram sorte e ficaram excitadíssimos, bateram palmas, cantaram... Foi uma festa.
De repente houve uma agitação nas águas e ouviu-se uma voz fortíssima, que perguntou:
- O que vieste aqui fazer, Lua Marota? Estava a dormir tão bem e o teu brilho fez-me acordar, quando me bateu nos olhos. Isso não se faz! Até fiquei nervoso.
- Amigo Leão Marinho, vim, como disse, dar-vos boa-noite e trazer-vos o Luar. A minha intenção foi boa, o Mar ficou satisfeito e todos os Peixinhos. Por isso, só me irei embora se todos concordarem. Além disso, estranho o teu comportamento, pois, se bem me lembro, da última vez que vim cá, observei-te quando me olhavas e não me pareceu que te tivesse incomodado, nem sequer te queixaste. Costumas ser tão agradável, mas hoje deves ter acordado rabugento como acontece aos bebés. Vai lavar a carinha e conversaremos em seguida. Tenho a certeza que essa birra passará.
- Não passa, não! Estou muito mal disposto por me teres acordado. Vai-te embora e não me aborreças mais.
Entretanto, os Peixes diziam:
- Não te vás embora, querida Lua! Deixa-te ficar perto de nós!
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