sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

UM TEXTO DE MARCOS LOURES - João Polino e a Caixa de Cedro

 
UM TEXTO DE MARCOS LOURES - João Polino e a Caixa de Cedro 
 
Aquela caixinha de madeira era uma das coisas mais importantes que João Polino tinha. Uma das mais não, a mais importante.
 
Guardada a sete chaves não mostrava para ninguém a não ser para a sua amada Rita, mesmo assim depois de que essa jurou por todos os santos que não iria nunca revelar a existência de tal tesouro.
 
Não era muito bonita nem apresentava detalhes e nem entalhes, era uma pequena caixa feita de cedro, de forma quadrada com mais ou menos um palmo de altura.
Dentro dela nada havia sendo, por assim dizer, uma caixa rústica e comum; mas raríssima, ao mesmo tempo.
 
Não pela qualidade ou pela beleza da caixa, nem pela caixa ao menos, o que transformava tal objeto em peça única será explicado a seguir:
 
Nos idos de 1940, João Polino se tornara caixeiro viajante como pudemos relatar anteriormente.
 
Nas suas andanças pelo interior de Minas e do Espírito Santo, conhecera um turco, conhecido como Salim, embora seu nome provavelmente fosse outro, que vendia roupas e tecidos para as mocinhas curiosas e elegantes desse interior afora.
 
Um dia, por uma dessas desventuras que atingem-nos de vez em quando, a vida se tornara extremamente difícil para Salim. Envolvido em dívidas impagáveis, precisava urgentemente de dinheiro. E isso não era fácil, pois estamos falando de uma região decente, mas pobre, muito pobre...
 
Ao saber que João estava economizando dinheiro para comprar uma casinha onde iria compartilhar o amor de sua vida; Salim resolveu chorar suas mágoas com o velho amigo e pedir algum dinheiro emprestado.
 
João, como tinha um coração extremamente suscetível e gostava, realmente, do amigo turco, não pestanejou e emprestou cinco contos de réis a Salim.
Essa quantia era extremamente vultosa para os parâmetros da época e do lugar. Uma verdadeira fortuna!
 
 
 
 
 

 
 

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