Do sonho à realidade - Texto de Lina Vedes
Em 1961 recebi o meu primeiro alvará, por ter sido colocada, como professora do Ensino Primário, na Escola do Cerro do Ouro, Paderne, concelho de Albufeira.
Na véspera do início das matrículas das crianças, a mãe conseguiu que um amigo nos levasse, de carro, para conhecimento do local. Dentro de mim, com o diploma recentemente alcançado, ainda não tinha assumido o facto de ir iniciar uma vida profissional. Ainda era a colegial despreocupada, que só tinha em mente, exames e teorias, completamente alheia à realidade.
O sítio ficava entre as Ferreiras e Paderne, tendo sido difícil localizá-lo. Quando nos indicaram a escola duvidei, pois tratava-se de um edifício de primeiro andar, situado rente à estrada, numa lomba/curva, sem qualquer característica identificativa.
Na frente, no outro lado da estrada, estreita no conceito actual, ficava um renque de casas também de 1º andar, uma mercearia e padaria/fabrico, cujo proprietário nos facilitou a chave da escola.
Logo ali soubemos, que no ano anterior havia morrido, na estrada, à saída da escola, uma criança e que uma outra tinha ficado sem um braço, cortado pelo engenho de uma nora.
O acesso à sala de aula era, no mínimo, curioso. Abria-se a porta, situada à beira estrada, que dava para uma pequena sala de entrada, de terra batida, com dois bancos corridos e nas paredes, cabides suspensos. Ao fundo e à direita, um vão, que descobrimos, eu e a mãe ser de umas escadas interiores, estreitas e escuras.
O sítio ficava entre as Ferreiras e Paderne, tendo sido difícil localizá-lo. Quando nos indicaram a escola duvidei, pois tratava-se de um edifício de primeiro andar, situado rente à estrada, numa lomba/curva, sem qualquer característica identificativa.
Na frente, no outro lado da estrada, estreita no conceito actual, ficava um renque de casas também de 1º andar, uma mercearia e padaria/fabrico, cujo proprietário nos facilitou a chave da escola.
Logo ali soubemos, que no ano anterior havia morrido, na estrada, à saída da escola, uma criança e que uma outra tinha ficado sem um braço, cortado pelo engenho de uma nora.
O acesso à sala de aula era, no mínimo, curioso. Abria-se a porta, situada à beira estrada, que dava para uma pequena sala de entrada, de terra batida, com dois bancos corridos e nas paredes, cabides suspensos. Ao fundo e à direita, um vão, que descobrimos, eu e a mãe ser de umas escadas interiores, estreitas e escuras.
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