sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Café Aliança no meu tempo de Faro - Por João Manuel Brito de Sousa

 
O Café Aliança no meu tempo de Faro - Por João Manuel Brito de Sousa 
 
Falar do Café Aliança situado na rua D. Francisco Gomes, aquilo a que Balzac chamava o «parlamento do povo», «fontes dos pensadores» ou «escolas de saber» é talvez falar de uma das mais importantes casas de negócio e de convívio social e também da casa mais antiga e exigente, em todos os aspectos, da cidade de Faro.
 
Engraxadores eram três, o senhor Américo, a quem eu solicitava o serviço e mais dois, todos eles de impecável e irrepreensível presença profissional. Ali não havia bocas nem sorrisos fáceis. A imagem firme do café começava nos engraxadores.
 
Os empregados de serviço às mesas eram muitos mas recordo apenas o senhor Ilídio.
O proprietário, José Pedro da Silva, apresentou o projecto de construção na Câmara Municipal de Faro, em 1930 e o café instalou-se no piso do rés do chão, num edifício de três andares, constituindo ainda hoje um interessante testemunho da arquitectura revivalista.
 
Quem entrar no café pela porta em frente ao edifício da CGD, depara-se com uma sala de estar que oferece um acolhimento invejável. Segue-se a copa onde os empregados registam os pedidos dos clientes e os satisfazem. Seguindo-se em frente e depois de se subir dois ou três degraus estamos perante uma elegante sala de chá.
 
Em frente à copa e em direcção a saída, à esquerda foi, durante muitos anos, a sala de bilhar e penso que também de dominó onde se realizaram grandes partidas de bilhar, à direita são os lavabos Segue-se um pequeno quiosque de jornais e outros e é tudo.
 
Dos papéis que consultei, pude apurar que o Café Aliança é o terceiro mais antigo do País, tendo estreado há pouco tempo uma galeria de famosos onde se pode almoçar entre recordações de grandes valores da cultura como diz Viegas Gomes, em artigo publicado no DN.
 
 
 
 
 

 
 

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