sábado, 26 de janeiro de 2013

NOVAS REGRAS DO JOGO - Por Marcelo Pirajá Sguassábia

 
NOVAS REGRAS DO JOGO - Por Marcelo Pirajá Sguassábia 
 
Está causando alvoroço no setor de informática a recente determinação da presidência da república de obrigar a nacionalização temática de todos os videogames e games para computador. Para quem desconhece a medida provisória, a mesma estabelece que, no prazo de seis meses, os jogos electrónicos terão de ter seus personagens e enredos adaptados para o contexto do folclore brasileiro e suas lendas.
 
Ao justificar a medida, a presidência apoia-se no argumento de que as nossas crianças e adolescentes, debruçando-se sobre seus consoles com heróis e vilões estrangeiros, acabam por esquecer completamente o rico elenco de figuras do nosso folclore – hoje relegadas a pequenos comentários nos livros didáticos do Ensino Fundamental.
 
Atenta ao prazo final determinado pela nova lei e buscando antecipar-se à observância das regras, a EA – Electronic Arts promete para as próximas semanas o lançamento do Cuca Soccer, com os maiores craques do mundo devidamente metamorfoseados com cabeças e caudas de jacaré. Já a Sega trabalha na substituição do porco-espinho Sonic pela Mula sem Cabeça, mudando também os cenários das diferentes fases do jogo para a amazónia, o pantanal matogrossense, as serras gaúchas e a chapada diamantina.
 
Microsoft e Sony optaram por entrar com recurso contra a medida provisória, por entenderem que a mesma acarretará uma vertiginosa queda nas vendas e no interesse do público pelos produtos adaptados. Os dois fabricantes atentam ainda para o fato de que o leque de personagens lendários brasileiros não é tão extenso, o que acabaria por restringir o número de títulos nas prateleiras e a criatividade dos desenvolvedores. «Ficamos limitados basicamente ao Boitatá, ao Saci Pererê, ao Neguinho do Pastoreio, ao Curupira e às já citadas Cuca e Mula sem Cabeça».
 
 
 
 
 

 
 
 

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