Sylvia Beirute - SYLVIA PLATH
Já muito se falou da vida pessoal de Sylvia Plath (Jamaica Plain, Massachusetts, 27 de Outubro de 1932 — Primrose Hill, Londres, 11 de Fevereiro de 1963) e por esse motivo pouco sentido fará expor aqui meros levantamentos históricos.
A título de referência, indico (e aconselho) o filme Sylvia, realizado por Christine Jeffs, e bem protagonizado por Gwyneth Paltrow. A história de Sylvia Plath, ao fim e ao cabo (ainda que a relação com Ted Hughes seja muito particular), nem difere muito da ideia romântica de se morrer relativamente jovem, circunstância agravada (e aqui devia colocar aspas) por se tratar de uma mulher e em virtude de o seu desaparecimento ter sido sequência de suicídio.
Há exemplos de outros poetas que morreram em actos suicidas, como (cito de cor) Paul Celan, Cesare Pavese, Alejandra Pizarnik, os nossos Guilherme de Faria, Florbela Espanca, Mário de Sá-Carneiro, etc. Em relação a Sylvia Plath há uma espécie de culto em torno da sua vida, maior do que a reflexão pura acerca da sua poesia.
Vejo a poesia de Sylvia Plath como automarginal, isolamento de posições determinadas, como auto-interpretativa dentro da sua esfera ideal e muito íntima. Os contextos estabelecem-se com vocábulos identificadores, com uma «harmonia» negra e atmosfera de cariz confessional. Esta atmosfera muito própria, e aqui entra um aspecto que me parece interessante, apresenta-se, algumas vezes, transformada, como se a confissão viesse com timidez ou reservas, como se quisesse impor ao leitor uma barreira ou um simples modo indirecto de expor a vida.
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