Jornal Raizonline nº 204 de 7 de Janeiro de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XXV)- O segredo da felicidade é encontra-la lá onde ela não existe
Bem, talvez não seja mesmo o maior segredo para obter a felicidade mas é certamente um dos maiores, não propriamente porque se encontra aquilo que não existe e logo se está a inventar (a imaginar para ser mais concreto) mas porque se tem essa capacidade imaginativa.
Aqui há bastante tempo publicou-se aqui no Jornal Raizonline um interessante texto intitulado a Escala da Felicidade (aqui) onde o Carlos Carito fez uma resenha sobre os países de língua portuguesa (é melhor lerem o trabalho) e onde para já aponto um aspecto que é pelo menos paradoxal se não for explicado.
São Tomé e Príncipe, segundo o estudo, é o país da lusofonia mais feliz. No entanto e a aceitar a opinião do Julião Silvão (realizador cabo-verdiano de cinema) que é de aceitar como será claro, em S. Tomé e Príncipe existe um elevado grau de infelicidade, pelo menos visto por terceiros, como será o caso dele. (Ver aqui a sua entrevista)
Bem, talvez não seja mesmo o maior segredo para obter a felicidade mas é certamente um dos maiores, não propriamente porque se encontra aquilo que não existe e logo se está a inventar (a imaginar para ser mais concreto) mas porque se tem essa capacidade imaginativa.
Aqui há bastante tempo publicou-se aqui no Jornal Raizonline um interessante texto intitulado a Escala da Felicidade (aqui) onde o Carlos Carito fez uma resenha sobre os países de língua portuguesa (é melhor lerem o trabalho) e onde para já aponto um aspecto que é pelo menos paradoxal se não for explicado.
São Tomé e Príncipe, segundo o estudo, é o país da lusofonia mais feliz. No entanto e a aceitar a opinião do Julião Silvão (realizador cabo-verdiano de cinema) que é de aceitar como será claro, em S. Tomé e Príncipe existe um elevado grau de infelicidade, pelo menos visto por terceiros, como será o caso dele. (Ver aqui a sua entrevista)
Diz Julio Silvão: « (...) o que me dói mais, é que essas pessoas, ex-contratados, que no tempo do patrão, viviam num espaço de dois metros quadrados, depois de trinta e sete anos de independência, continuam a viver no mesmo espaço mas de forma mais degradada.
E é lamentável que as pessoas ainda manifestam o desejo do regresso do branco, do patrão. Esqueceram tudo que passaram, das humilhações, dos trabalhos forçados acham que naquela altura viviam melhor que hoje que estão em liberdade. Isso dói, ver aquela gente, a aguentar a barriga com um pano amarrado porque não têm que comer. As crianças a chorarem porque não têm de comer. Uma mãe a querer amamentar um filho e não tem nada! Não tem leite! Porque ela também não tem de comer. Come o que a natureza lhe dá. (...)»
Pois bem, e lido isto e tendo em atenção que o estudo, ainda que com alguns anos, se pautou por elementos relativamente sérios, alguma coisa está mal. Prefiro não duvidar que a opinião expressa pelos São Tomenses aos estudiosos tenha resultado nesta opinião que veiculam, mas trata-se a meu ver de uma felicidade imaginada.
Na verdade o Júlio Silvão refere que as pessoas praticamente podem viver daquilo que a natureza lhes dá, sem precisarem de trabalhar e que esta sua afirmação sobre a fome terá a ver, portanto, com razões sazonais, ou seja, deverá existir em dados períodos (por largos que sejam).
Mas sendo assim, e atendendo ao restante texto do Júlio Silvão porque razão o tal estudo obteve este resultado ? Para mim acho que os elementos de recolha para avaliação da felicidade não focaram as necessidades básicas mas sim o estado de espírito, se limitaram, também na minha opinião ao preenchimento de um questionário sobre a percepção das pessoas, em dado momento, e que a resposta obtida nesse dado momento terá coincidido com um período em que a natureza lhes não era adversa, fornecendo-lhes aquilo que precisavam.
Pois bem, e lido isto e tendo em atenção que o estudo, ainda que com alguns anos, se pautou por elementos relativamente sérios, alguma coisa está mal. Prefiro não duvidar que a opinião expressa pelos São Tomenses aos estudiosos tenha resultado nesta opinião que veiculam, mas trata-se a meu ver de uma felicidade imaginada.
Na verdade o Júlio Silvão refere que as pessoas praticamente podem viver daquilo que a natureza lhes dá, sem precisarem de trabalhar e que esta sua afirmação sobre a fome terá a ver, portanto, com razões sazonais, ou seja, deverá existir em dados períodos (por largos que sejam).
Mas sendo assim, e atendendo ao restante texto do Júlio Silvão porque razão o tal estudo obteve este resultado ? Para mim acho que os elementos de recolha para avaliação da felicidade não focaram as necessidades básicas mas sim o estado de espírito, se limitaram, também na minha opinião ao preenchimento de um questionário sobre a percepção das pessoas, em dado momento, e que a resposta obtida nesse dado momento terá coincidido com um período em que a natureza lhes não era adversa, fornecendo-lhes aquilo que precisavam.
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