domingo, 13 de janeiro de 2013

Jornal Raizonline nº 205 de 14 de Janeiro de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XXVI)- Os desígnios de Deus são realmente insondáveis

 
Jornal Raizonline nº 205 de 14 de Janeiro de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XXVI)- Os desígnios de Deus são realmente insondáveis

Esta constatação acima, em título, não quer dizer que tudo, caso a caso, resulte de uma vontade expressa de quem quer que seja nem de um Ente Superior. Seria demasiado simplificador dizer-se como se diz por vezes que as coisas acontecem por que têm de acontecer, que a nossa hora chegará num dado tempo indeterminado, enfim, todo um conjunto de frases feitas de longa data que procuram sobretudo fornecer-nos aquele argumento que na altura temos falta mas que de uma forma geral são apenas diálogos com o nosso próprio consciente.

Acontece, e isso é um facto, é que o inesperado está a ser mais notado agora do que era aqui há uns anos atrás: epidemias, por exemplo, nestes últimos anos tivemos algumas verdadeiramente inesperadas, desde a gripe das aves até outros tipos de doenças que se julgavam erradicadas ou pouco possíveis já como a tuberculose sob a forma multirresistente.
 
O dengue, na Madeira, por exemplo, era inesperado porque não havia notícia de já ter lá tido lugar, mas ao mesmo tempo era esperado desde que foi detectado nas Canárias, mas há sempre um ar de surpresa com estas coisas o que nos leva a pensar naquela teoria que eu considero absurda do bater das asas de uma borboleta no Japão poder ser a força que falta para que surja um furacão algures noutro ponto qualquer do globo.

Acontecem coisas inesperadas talvez porque não as desejemos (como é normal) e as arquivemos simplesmente no nosso campo das impossibilidades ou mais discretamente no nosso campo das possibilidades remotas. Mas um facto é que as coisas vão acontecendo, vão-nos surpreendendo e deixam-nos chocados.

Uma pessoa relativamente nova falece e ficamos muito afectados, é normal, mas se essa pessoa já não for nova, ou se for doente, com uma patologia que pré-anuncia um acréscimo de factores de risco, continuamos a ficar surpreendidos e tristes, mas esse historial (etário ou não) dessa mesma pessoa como que atenua a nossa surpresa ou pelo menos tende a reduzir a nossa reacção, consoante o grau de proximidade que tenhamos com essa mesma pessoa.
 
 
 
 
 
 

 

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