sábado, 2 de março de 2013
Poesia de Xavier Zarco - há sombras que sussurram quando escrevo; Carta a Júlio Saraiva, in memoriam; ao antónio adriano de medeiros, no dia da sua morte.
Poesia de Xavier Zarco - há sombras que sussurram quando escrevo; Carta a Júlio Saraiva, in memoriam; ao antónio adriano de medeiros, no dia da sua morte.
há sombras que sussurram quando escrevo
há sombras que sussurram quando escrevo,
talvez o equivalente aos tais fantasmas
de que antónio lobo antunes fala,
sombras que são memória do tempo
que de facto vivi, são a memória,
Carta a Júlio Saraiva, in memoriam
camarada soube ontem da partida
de que te foste embora sem aviso
alguém me disse ver-te dentro de um
dos versos do tiago veiga «as
grandes nuvens cingiam-lhe a cintura»
mas não te imaginei sendo qual pássaro
preso às nuvens sequer pousado em ramos
puta de vida ó júlio ser poeta
que nada é e no entanto tudo abarca
não se é pássaro e voa-se mais alto
não se é verme mas sabe-se da terra
puta de vida ó júlio embarcar na
barca e cruzar o letes diz-me coisas
ao antónio adriano de medeiros,
no dia da sua morte.
antónio, o cão que se foda
(que me desculpe a menina),
mas há dias em que a roda
não roda p'la nossa sina.
e a deus digo a mesma cousa,
quarenta e nove, que porra,
não é idade p'rá lousa
registar para quem morra.
Leia este tema completo a partir de 4 de Março carregando aqui.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário