domingo, 24 de março de 2013

Um comboio para Lisboa no Cinema - Texto Recolhido em Livres Pensantes

 
Um comboio para Lisboa no Cinema - Texto Recolhido em Livres Pensantes
 
Jeremy Irons voltou a Lisboa. Ao fazê-lo, na pele de um professor de literaturas clássicas suíço, Raimund Gregorius, faz uma viagem à procura de si mesmo a pretexto de seguir um livro que encontrou, ou que o encontrou a ele, escrito por um português que passou também ele uma curta vida à procura do sentido da vida e da morte. Sem Deus nem eternidade. «O Comboio Nocturno para Lisboa», do realizador dinamarquês Billie August, estreou esta quinta-feira em Portugal.

A história - uma produção germano suíça, com participação minoritária portuguesa - fala da resistência à ditadura, fala de amores, amizades e traições, mas esta é sobretudo uma história de reflexões e pensamentos sobre o sentido da existência.

O filme do realizador de «A Casa dos Espíritos» e de «Mandela, Meu Prisioneiro, Meu Amigo» - que volta a Lisboa com Jeremy Irons 20 anos depois de terem rodado «A Casa dos Espíritos» - baseia-se no romance homólogo (Nachtzug nach Lissabon) de Pascal Mercier, e desenrola-se na década de 1970, com «visitas» ao passado da época de Salazar.
Começa numa manhã chuvosa, quando uma mulher se prepara para saltar de uma ponte de Berna, mas que é salva por Gregorius. A mulher volta a desaparecer, mas deixa para trás o seu casaco vermelho, onde o professor encontra um pequeno livro da autoria do português Amadeu de Almeida Prado, «Um Ourives das Palavras».

Lá dentro estão dois bilhetes de comboio para Lisboa e, enquanto procura a misteriosa mulher movido como se por uma força inconsciente, Gregorius vê-se a caminho e chega à cidade branca, luminosa, com o casario a escorregar pelas colinas e os eléctricos amarelos a percorrer as ruas estreitas e íngremes.
 
 
 
 

 

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