sábado, 9 de março de 2013

O último voo do Flamingo - Por Arlete Deretti Fernandes

 
O último voo do Flamingo - Por Arlete Deretti Fernandes
 
António Emílio Leite Couto, mais conhecido por Mia Couto, nasceu na Beira, Moçambique, em 1955. Foi diretor da Agência de Informação de Moçambique, da Revista Tempo e do Jornal de Notícias de Maputo.
 
Tornou-se nestes últimos anos um dos ficcionistas mais conhecidos das literaturas de Língua portuguesa. O seu trabalho sobre a língua permite-lhe obter uma grande expressividade, por meio da qual comunica aos leitores todo o drama da vida em Moçambique após a independência. Os seus livros estão traduzidos para o francês, inglês, alemão, italiano e espanhol. Publicou: Poesia, Contos, Crónicas e Romances.
 
Sobre o Texto de «O Ultimo Voo do Flamingo»

Tizagara, nos primeiros anos após guerra. Nesta vila parece que tudo corre bem.
 
Os capacetes azuis chegaram para vigiar o processo de paz, e a vida da população transcorre numa aparente normalidade. Porém, devido a razões que todos desconhecem, os capacetes azuis começaram subitamente a explodir.
 
Massimo Risi, o soldado italiano das Nações Unidas destinado para investigar as estranhas explosões, chega em Tizangara. é-lhe colocado um tradutor à disposição, e através do relato deste tomamos conhecimento dos fatos.
 
Entra-se num mundo de vivos e mortos, de realidade e de ficção, de feitiçarias e de sobrenatural, que passam por nós em personagens densamente construídos, do qual o feiticeiro Andorinho, a prostituta Ana Deusqueira, o padre Munhando, o administrador Estevão Jonas e a sua mulher Ermelinda, a velha - moça Temporina, o velho Sulplício, são apenas alguns exemplos...
 
O mistério torna-se maior. Os soldados da paz, morreram ou foram mortos? Com toda a sabedoria da Velha Africa, Mia Couto mostra-nos, uma vez mais na ironia, no humor, no espírito crítico, na palavra cáustica, no recurso à metáfora e no simbolismo das frases, o seu absoluto domínio da escrita e da língua portuguesa, o conhecimento e o amor profundo que tem e dedica a esse belíssimo e atormentado continente, no magnífico romance, O Último Voo do Flamingo.
 
 
 
 
 

 

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