DIA MUNDIAL DA MULHER - Por Dulce Rodrigues
Esta iniciativa muito simpática dos «dias mundiais» de qualquer coisa tem vindo a desenvolver-se a um ritmo acelerado desde há algum tempo e, se não servir para muito mais, é, sobretudo, lucrativa para os comerciantes. Não vivemos nós numa sociedade consumista? Quanto à finalidade essencial por que se criou o Dia Mundial da Mulher, será que esta é a melhor maneira de a atingir?
Como Mulher (não por oposição, mas como complementaridade a «como Homem»), permito-me discordar. Ao banalizarem-se os dias mundiais – fazendo dias mundiais a torto e a direito, por isto e por aquilo – estes perdem o seu simbolismo, logo a sua verdadeira importância. O mesmo tem acontecido com tantos outros valores, que se perderam, ao banalizarem-se determinadas atitudes ligadas intrinsecamente a esses mesmos valores. Só esta é a explicação para a crise de identidade em que tem vivido a nossa sociedade desde há mais de quatro décadas.
Dia Mundial da Mulher é todos os dias, pois a Mulher celebra-se no quotidiano da sua vida, ocupando-se do bem-estar dos filhos (se os tem), da família, da sociedade em geral. Mas, neste mundo em que vivemos desde há milénios, em que é a força física que impera, não a força espiritual do Amor pelo próximo, esta lição de humanismo perdeu-se, banalizou-se também. E é assim que ninguém se preocupa em questionar o que seria do mundo se todas as mulheres, ao mesmo tempo, decidissem fazer greve dessa celebração que se conjuga no tempo presente, no passado e no futuro do seu dia-a-dia.
Sem comentários:
Enviar um comentário