domingo, 17 de março de 2013

Nota solta: Sociologia do portão Hospitalar - Crónica de Gociante Patissa

 
Nota solta: Sociologia do portão Hospitalar - Crónica de Gociante Patissa 
 
Estive ontem entre 18h30-20h30 ao portão do Hospital Geral de Benguela, fazendo companhia a parentes meus que têm lá dentro alguém internado. Não sendo propriamente horário de visitas, só uma pessoa entrou com o jantar do doente.
 
As duas horas sugeriram que, mais do que simples portão, é um potencial laboratório de sociologia. à primeira vista, a questão parece residir na arrogância do protector físico, de uma empresa privada cujo emblema não consegui divisar.
 
Mas em instantes se percebe que não é o lugar mais feliz para guarnecer, de tão intenso e estressante na relação com o público, onde a solidariedade, a agressividade e a falta de moral de quem procura os serviços se confundem em certa medida, nada facilitando a organização.
 
Pelo menos dez viaturas manifestaram intenção de passar o portão, em alguns casos sem motivo aparente, que seria, por exemplo, estar a transportar doente ou ser funcionário do hospital (houve um rapaz inclusive ao volante de uma moto de quatro rodas). Os seis primeiros foram permitidos, quase a contra-gosto, até um senhor de RAv-4 posicionar-se mesmo no acesso, bloqueando a via para a ambulância que deixava as instalações para mais um serviço de urgências. Escusado será dizer que o guarda foi ralhado.
 
Alguns automobilistas são de uma classe social superior à do guarda, não se coibindo de usar sinal sonoro para impor sua vontade, o que obviamente contribui para certa impotência do homem perante os excessos e impunidade. Mas se fosse só por aí, diríamos que se trata de uma situação controlada. Como será a relação do guarda com gente menos abastada, com a qual diríamos que mais se identifica?
 
 
 
 
 

 
 

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