sábado, 30 de março de 2013

Lendas Algarvias - A lenda da moura de Faro

 
Lendas Algarvias - A lenda da moura de Faro 

 
A azáfama era grande intramuros do castelo que emoldurava o azul da ria, separada do oceano por um cordão de areia dourada, lembrando a estes povos de origem árabe as paisagens da sua terra natal.
 
Era Ibn Harun uma cidade portuária, próspera e muito bem guarnecida de muralhas, cidade importante do reino Al-Gharb e governado por um emir da dinastia almóada. Era este homem pai de uma bela donzela e de um menino que fazia a delícia de seus olhos, amaciando o comportamento guerreiro e rude, de quem está sujeito às leis da guerra e da governação.

No cimo da torre de menagem os vigias acompanhavam com olhar preocupado o serpentear das tropas cristãs, que dos lados da serra se aproximavam da cidade. As notícias que chegavam falavam de cidades e castelos que iam sendo tomadas com o avanço dos cristãos. Preparavam-se as defesas e quem podia sair da cidade tomava rumo para o reino de Marrocos, que outro caminho já não havia.
 
Aos poucos os guerreiros lusos chegaram às portas do castelo e montaram arraial no largo que se expandia terra adentro, mais tarde chamado de S. Francisco. Eram fortes as defesas e forte também o desejo de defesa dos guerreiros almóadas. O teatro estava preparado para a confrontação. De um e de outro lado se preparavam as estratégias para a refrega que se avizinhava trágica.

Um jovem guerreiro cristão rondava as muralhas na procura de fraquezas destas quando viu a filha do emir debruçada nas ameias e de olhar fixo em si. Ficou tomado de amores o jovem pela beleza da moura e de tal modo foi correspondido que combinaram um encontro intramuros na noite seguinte.
 
Com a ajuda de um guarda mouro da sua confiança, fez-se acompanhar a bela donzela de seu jovem irmão e abrindo os portões do castelo ali se encontraram. Votos de amor eterno e olhar enamorado entre ambos prometeram tomar votos de união, logo que a batalha terminasse.
 
 
 
 

 
 

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