vinte e poucos anos atrás - Texto de Tino Cabralia
Há vinte e poucos anos atrás eu era o cara aí na foto abaixo. Estava na Europa no inverno muito bem acompanhado das amigas e irmãs Acosta de Porto Rico; conforme se verifica usava um casacão do meu avô, cachecol branco e tinha muitos sonhos e muito mais cabelo como é fácil constatar.
Desde essa época já escrevia com constância no meu «Diário» com a minha Remington portátil e guardava algumas coisas em pastas para «posteridade». As religiões passaram, os espasmos atléticos, os ideais políticos, os fartos cabelos, a Remington portátil.... mas a literatura ficou em minhas entranhas, no meu modo particular de encarar as coisas e suportar a loucura do cotidiano.
De todos os escritores que li talvez tenha como maior ídolo Charles Bukowski que certa vez confessou: «essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura».
E é mais ou menos nessa pilastra que a coisa toda se sustenta.
Num momento de nostalgia , gripe forte e falta de inspiração começo a reler essas coisas antigas, muito ruins, diga-se, mas que me protegeram e me ajudaram em algum momento da vida. Recomendo ler e escrever como forma de terapia gratuita, de auto-conhecimento.
E para não dizerem que estou mentindo aí vai um trecho do antigo «Diário»:
«24/08/1992 – Hoje me vejo por outro ângulo. Abaixo do chão. Sem pretensões faraônicas, desejos demoníacos, sonhos onipotentes. Mais um mero mortal em busca de sexo, prazer, dor, aceitando suas imperfeições.
Leia este tema completo a partir de 1 de Abril carregando aqui.
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