sábado, 16 de março de 2013

O cão (romano) e o gato (chinês) - Por Leocardo: Blogue Bairro do Oriente

 
O cão (romano) e o gato (chinês) - Por Leocardo: Blogue Bairro do Oriente
 
O que têm a China e o Vaticano em comum? Muito pouco, já se sabe. Pequim e a Santa Sé estão de costas voltadas desde 1949, altura da implantação da RPC, cuja génese assentou em princípios acentuadamente ateístas.
 
Não significa isto que no país mais populoso do mundo tenham deixado de existir católicos, mas estes estão limitados a prestar o culto a Cristo na Igreja Patriótica, controlada pelo Governo Central, e a Roma não é reconhecida qualquer autoridade na escolha dos bispos.
 
A Igreja Católica - Romana sediada no Vaticano foi votada à clandestinidade, e as relações entre o maior e o mais pequeno estados do planeta têm-se caracterizado pela distância, e pela discordância.

Uma das maiores cautelas que o Governo chinês tem tido desde sempre é o controlo do associativismo dentro do país. O regime de partido único a isso o obriga, e é preciso estar atento a organizações de fora do PCC que sigam orientações e linhas de pensamento divergentes.
 
O próprio direito à reunião é atentamente escrutinado, e as actividades não autorizadas que reúnam um grande grupo de cidadãos são desencorajadas – é preciso dividir para poder reinar. O caso da perseguição aos membros da seita religiosa Falun Gong é um bom exemplo disso.
 
A História recente da China demonstra que a mobilização das massas não é uma tarefa difícil, que o povo chinês é facilmente seduzível, e apesar disto parecer que se lhes está a passar um «atestado de burrice», a preocupação do regime é legítima.

Perante tudo isto, é lógico que a Igreja Católica não é bem vista. A Igreja tem uma longa História de interferência com o meio político dos países onde o catolicismo é a religião da maioria, e chegou a ter um papel decisivo na queda de regimes que desaprova – e noutros casos um papel estabilizador, como é exemplo Portugal, onde o Estado Novo e a Igreja andavam de mão dada.
 
Pequim tem motivos fortes para temer os sermões encomendados por Roma. O regime chinês, para o melhor e para o pior, tem muito pouco de «católico». Para este afastamento contribui ainda o facto do Vaticano ser um dos (cada vez mais poucos) estados que mantém relações diplomáticas com Taiwan, o que á interpretado por Pequim como uma «provocação».
 
 
Leia este tema completo a partir de 18 de Março carregando aqui.
 
 
 

 
 

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