As lagartas, a folha de couve e o camaleão - Conto de Cremilde Vieira da Cruz
Uma vez uma lagarta verde estava a comer uma fresquíssima folha de couve e ouviu um certo ruído que a perturbou. Ela gostava de estar em silêncio e muito bem refastelada, enquanto comia, de modo que qualquer pequeno barulho a perturbava. Deixou de comer por alguns instantes, pois queria certificar-se donde vinha aquele ruído e, qual não foi o seu espanto, quando ao virar-se para o lado esquerdo viu um bicharoco muito gordo que quase não podia arrastar-se.
- Que bicho será aquele? – Perguntou às outras lagartas que andavam por ali – Que horror! Tão gordo, que me causa arrepios. E ainda há quem diga que eu sou lenta! Olhem bem para aquele animal! Primeiro que mexa um pé, pede licença ao outro!
As lagartas vizinhas arrebitaram as orelhitas, olharam na direcção indicada pela primeira, para verem o tal animal e, sem a menor hesitação, concordaram com a amiga. Também elas nunca tinham visto um animal assim.
- Mas que animal será aquele? – Repetiu a lagarta – Nunca tinha visto semelhante bicho, nem de perto nem de longe.
Vou perguntar-lhe como se chama e para onde quer dirigir-se e, se precisar de ajuda, dar-lhe-emos um empurrãozinho, não acham?
Vou perguntar-lhe como se chama e para onde quer dirigir-se e, se precisar de ajuda, dar-lhe-emos um empurrãozinho, não acham?
- Pode ser. – Disseram as outras lagartas.
A lagarta verde desceu da couve, dirigiu-se ao animal e perguntou:
- Que se passa contigo? Não consegues andar, por estares muito gordo? Comeste muito? Vê lá, se precisares de ajuda...
Eu chamo-me lagarta verde e estava a comer uma rica folha de couve quando te ouvi. E tu, como te chamas?
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