domingo, 3 de março de 2013

Jornal Raizonline nº 212 de 4 de Março de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XXXIII) - Porquê perder o nosso tempo?

 
Jornal Raizonline nº 212 de 4 de Março de 2013 - COLUNA UM -  Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XXXIII) - Porquê perder o nosso tempo?

Primeiro interessaria saber aquilo que se entende como sendo tempo perdido. Normalmente acha-se que tempo perdido é aquele tempo que se consumiu em algo que acabou por não trazer resultados. Ora...o que são resultados? Bem, não quero complicar muito aquilo que pretende ser uma inocente crónica, mas devo dizer que se entende maioritariamente por «resultados» aquilo que se esperava conseguir com esse nosso consumo de tempo (de forma activa ou de forma passiva, entenda-se aqui).

Mas, como todos sabemos, normalmente depois de sermos despertos para isso, há resultados que não sendo aqueles que eram esperados não deixam de ser resultados. Um resultado parcial (correr por desporto, mesmo não chegando entre os primeiros, por exemplo) é sempre um resultado: é bom para a saúde, afia as nossas aptidões, enfim...resulta.

Claro que uma parte substancial das pessoas não gosta de ver pessoas que não chegam em primeiro, em segundo ou num outro qualquer lugar de destaque. Será a história americana do winner ou do looser onde só se colocam duas possibilidades, num estranho jogo de resultado zero: ganha um perde o outro = 1 e -1 = 0.

Pois bem, eu acho que essa história serve para levantar a moral antes dos jogos mas funciona como um trauma após os jogos, caso venhamos a enfileiras no grupo dos loosers. Um escritor, um poeta, menos conhecido, acaba por ser um looser, segundo o entendimento comum, porque não está na meta na hora própria.

Esta semana temos um texto  A Comédia Humana - Por Miriam de Sales Oliveira  que me serviu de inspiração para aquilo que estou aqui a escrever agora. O escritor de Moby Dick enquanto vivo vendeu 12 exemplares da sua obra e o Balzac, que é o motivo principal desta crónica da Miriam de Sales Oliveira, levou uma atribulada vida financeira, assim como Baudelaire e podemos ir buscar também o «nosso» Camilo Castelo Branco, entre tantos outros que poderíamos aqui trazer.
 
 
 
 
 


 

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