sexta-feira, 1 de março de 2013

A Ilha Nua - Texto de Daniel Teixeira

 
A Ilha Nua - Texto de Daniel Teixeira 
 
Ao ver uma imagem da Antiga Esplanada do Cinema de S. Luís em Faro, mais tarde substituída por um conjunto de imóveis, lembrei-me (em alturas da Grândola, Vila Morena) que tinha eu aulas com o Zeca Afonso, na Escola Industrial e Comercial de Faro, quando entre as conversas que se iam tendo ele anunciou que ia passar nessa Esplanada (estávamos em meia estação, Junho ou Julho) o Filme «A Ilha Nua».

Fiz uma recolha sobre este filme, que já tinha procurado há meses sem o conseguir encontrar (faltava-me o nome do realizador - o japonês Kaneto Shindô) e abaixo deixo essa nota com link para o vídeo com o filme completo, mas antes gostaria de referir como foi recebido esse filme pela «crítica» farense.
 
Quem vive ou viveu em Faro sabe que havia uma clientela constante no (s) cinemas. Os dois que havia eram do mesmo proprietário, salvo erro Castello Lopes gerida pelo saudoso poeta e senhor da cultura farense Marques da Silva (Marmelada).
 
Assim essa clientela «certa» ia ver tudo o que era filme (ainda fiz isso uns quantos anos também) uma vez que a televisão era ainda rara, os programas eram pouco atractivos, enfim... e o Cinema (como local) era um excelente meio de convívio: antes dos filmes, nos intervalos e depois dos filmes.

Pois bem, os «intelectuais» bebiam o filme como mandava a praxe (mesmo que não gostassem) e os habitués protestavam contra o dito. Bem, de esclarecer que a história era interessante e já a conto lá mais para a frente, mas o filme tinha um problema que era a ausência de diálogos, ou seja, era um filme em que a única coisa que se ouvia era o ruído de fundo: do mar, do chocalhar dos baldes, do barco, enfim, os dois personagens, marido e mulher, não diziam uma palavra entre si. Dedicavam-se à sua faina por inteiro.
 
 
 
 

 

 

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